O fim também da era Mandela
Jacob Geddleyihlekisa Zuma nasceu em um clã zulu, pobre e autodidata. Como explicar sua ascensão? Pela guerra. Ingressando no CNA muito jovem, aos 17 anos, Zuma ficou famoso por sua coragem desmedida, chegando aos altos escalões do braço armado do partido. Em 1963, monta uma rede clandestina e é preso. É condenado a 10 anos de prisão e é levado para Robben Island, onde já estava outro resistente, Nelson Mandela. Ao sair da prisão, não está mais calmo. Se bate como um leão.
Uma biografia perfeita irá protegê-lo por muito tempo quando, após o fim do apartheid e a criação de uma África do Sul democrática, ele entra na vida política. Sua biografia irrepreensível é manchada a olhos vistos. Desde 1999, é acusado de ter embolsado enormes somas pela compra de armamentos de uma empresa francesa filial da Thalès.
Zuma traçou seu itinerário e conseguiu ser eleito presidente do partido em 2007. Livrou-se de acusações de tráfico de armas e foi eleito presidente em abril de 2009. No ano seguinte, Zuma está no apogeu. Mas as empresas públicas sofrem. Eskom, empresa de energia elétrica, é “saqueada”. Os ministros de Zuma jamais são perseguidos. Zuma está lá como proteção. É o chefe o clã.
Este será ao mesmo tempo o fim da era Mandela. Pela primeira vez desde 1994, o CNA, que chegou ao seu ápice com Mandela, não tem como certo reencontrar os caminhos do poder.