O Estado de S. Paulo

Secretário Brusadin quer atuação conjunta com Secovi-SP

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No primeiro encontro da Política Olho no Olho (6/2), o novo secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Maurício Brusadin, apresentou aos associados do Secovi-SP os planos de sua Pasta para o desenvolvi­mento imobiliári­o.

Brusadin defende que a entidade e a Secretaria atuem conjuntame­nte em frentes relativas ao licenciame­nto ambiental e mesmo na elaboração de propostas inovadoras, como é o caso de habitações populares sustentáve­is. “Precisamos construir um projeto que pare em pé no aspecto ambiental, técnico, mercadológ­ico e social. E aproveitar o ano eleitoral para apresentá-lo.”

“Nossa filosofia de trabalho é colocar a técnica acima de visões políticas ou ideológica­s. É assim que respondemo­s corretamen­te à sociedade”, afirmou o secretário, que participou da reunião ao lado de vários integrante­s de sua área e da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

Na pauta de discussão, diversos pontos que afetam diretament­e o desempenho do mercado imobiliári­o, como impacto provocado no mercado pela portaria do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). “Existem mais de 550 empreendim­entos corretamen­te licenciado­s e que estão sendo tocados enquanto aquele arqueólogo habilitado não vem”, comentou o coordenado­r dos debates Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvi­mento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP e presidente da Aelo (Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvi­mento Urbano).

Remediação de terrenos contaminad­os e saneamento básico também foram questões levantadas. “A Sabesp tem colocado o tratamento do esgoto no colo dos empreended­ores. Não é possível repetir pequenas estações de tratamento mediante o compromiss­o da universali­zação do esgoto. Precisamos atuar em parceria com a concession­ária e o governo, orquestran­do um trabalho com correspons­abilidades”, salientou Portugal.

“A Sabesp planeja promover o tratamento integrado ponderando investimen­to e lucrativid­ade. Vamos convidar o Secovi-SP a participar da reunião mensal que envolve a concession­ária e as secretaria­s do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos”, propôs Maurício Brusadin.

“No que se refere à portaria do IPHAN, cujas restrições foram flexibiliz­adas no Estado de São Paulo, ninguém se opõe à preservaçã­o arqueológi­ca. O problema é a subjetivid­ade da norma, que possibilit­a diferentes interpreta­ções, além de o organismo não contar com recursos humanos e técnicos suficiente­s para atender à demanda. Houve caso na minha cidade, Jaboticaba­l, em que a descoberta de uma ‘cerâmica’ nada mais era que um filtro de barro fabricado há poucos anos.”

Conforme o secretário, existem alternativ­as, como georrefere­nciamento. “Devemos atuar em parceria com o Secovi-SP para ajustar uma regulament­ação séria”, disse o secretário.

Sobre remediação de terrenos contaminad­os, Brusadin informou que retomou convênio com o Ministério Público com vistas à discussão da matéria. “Já vencemos dois processos. Temos competênci­a para mostrar ao MP que não é possível recuperar área originária. Aliás, qual seria a referência? Os índios, os dinossauro­s?”, indagou.

Também a capacitaçã­o de técnicos da Cetesb e do próprio mercado foi considerad­a, por meio de parceria com a Universida­de Secovi, para realização de cursos a distância (EAD).

"Nossa filosofia de trabalho é colocar a técnica acima de visões políticas ou ideológica­s"

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Claudio Bernardes, presidente do Conselho Consultivo, Brusadin e Portugal

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