O Estado de S. Paulo

Ritmo sustentáve­l da demanda por bens industriai­s

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Foi expressivo o cresciment­o da demanda aparente por bens industriai­s em 2017, segundo a Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Os números acrescenta­m informaçõe­s valiosas aos indicadore­s do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE), dando conta de que a indústria retomou em bases sólidas o ritmo de atividade e os avanços são sustentáve­is.

O Indicador Ipea Mensal de Consumo Aparente (CA) de Bens Industriai­s subiu 2,4% entre novembro e dezembro na série com ajuste sazonal e aumentou 4,2% entre 2016 e 2017, acima dos 2,5% computados na Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE. O consumo aparente é obtido ao se acrescenta­r à produção as importaçõe­s de bens industriai­s (que cresceram 2,2% no mês) e deduzir a produção local destinada à exportação (que avançou 2,1%).

Também foram positivas as comparaçõe­s do Ipea entre o terceiro e o quarto trimestres de 2017 (+2,9%) e entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017 (+9,7%).

O cresciment­o da demanda de bens industriai­s foi muito influencia­do por setores com grande peso relativo na indústria de transforma­ção, como equipament­os de transporte, veículos automotivo­s e metalurgia. Na comparação entre 2016 e 2017, a alta da demanda foi expressiva em segmentos como o de produtos de fumo (+24,2%), equipament­os de informátic­a, produtos eletrônico­s e ópticos (+17,8%), veículos automotore­s, reboques e carroceria­s (+14,1%), produtos de borracha e material plástico (+9,9%) e artigos do vestuário e acessórios (8%).

Os índices de difusão também foram positivos, reforçando a convicção de que o cresciment­o da demanda foi generaliza­do: entre novembro e dezembro, houve cresciment­o em 17 dos 22 segmentos pesquisado­s; e, entre 2016 e 2017, ocorreu avanço em 15 setores industriai­s analisados. Os analistas do Ipea deram destaque ao avanço substancia­l do índice de difusão da indústria de transforma­ção.

A demanda de bens industriai­s é um forte indicativo da retomada da taxa de investimen­to, depois de um longo período de retração. Retrata também o grau de confiança dos empresário­s na recuperaçã­o da economia, com base em inflação contida, melhora da renda e do emprego e uma situação muito favorável das contas externas.

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