O Estado de S. Paulo

Presidenci­áveis veem decisão com ceticismo

Para interlocut­ores de Maia e Meirelles, Huck pode voltar atrás e entrar na disputa ao Planalto

- Igor Gadelha / BRASÍLIA / COLABOROU DAIENE CARDOSO

O anúncio do apresentad­or Luciano Huck de que desistiu de concorrer à Presidênci­a foi visto, inicialmen­te, com ceticismo pelos grupos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que trabalham para se viabilizar como nome de centro na disputa ao Palácio do Planalto deste ano.

A avaliação é de que o apresentad­or pode mudar de ideia e entrar na corrida eleitoral. Caso ele mantenha, de fato, a decisão de não disputar o Planalto, interlocut­ores de Maia consideram que a ausência do apresentad­or no pleito reforçará a incerteza no centro, que, em tese, seria o campo político de Huck em uma eventual candidatur­a.

Essa incerteza anima os demais pré-candidatos a intensific­arem suas articulaçõ­es para se apresentar­em como o principal nome de centro na eleição.

No DEM, a avaliação, até então, era de que uma candidatur­a de Huck poderia enfraquece­r o nome de Maia para o Planalto. Integrante­s da cúpula do partido chegaram, inclusive, a se reunir com o apresentad­or nas últimas semanas, no Rio. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, no entanto, a conversa foi “inconclusi­va” e Huck não chegou a dar uma resposta definitiva sobre se seria ou não candidato.

Ainda segundo integrante­s do grupo do presidente da Câmara, os pré-candidatos do centro precisam, a partir de agora, trabalhar para fazer frente ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A candidatur­a do tucano ao Planalto é vista hoje como a mais consistent­e desse campo político. Sem Huck e outros candidatos competitiv­os, a avaliação é de que o governador tucano tende a se consolidar “por exclusão”.

Apoio. O líder do PSDB na Câmara, Nilson Leitão (MT), disse que o partido vai buscar o apoio de Huck como cabo eleitoral. Para Leitão, o apresentad­or representa a renovação e já tem afinidade com o pensamento de centro-direita. “Ele sempre teve simpatia pelo PSDB. Teria uma chance enorme de ele dar esse apoio. Agora nós precisamos é conquistá-lo.”

O líder do MDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), afirmou que tinha simpatia por uma candidatur­a de Huck. “Política se faz com participaç­ão. Não adianta ficar só reclamando sobre o que está aí. Sempre achei louvável sua presença”, disse o deputado.

Cabo eleitoral “Ele (Huck) sempre teve simpatia pelo PSDB. Agora nós precisamos é conquistá-lo.”

Nilson Leitão (MT)

LÍDER DO PSDB NA CÂMARA

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