Turquia condena jornalistas à prisão perpétua

Um tribunal da Turquia condenou ontem seis jornalistas à prisão perpétua, acusados de ajudar conspiradores do golpe de Estado fracassado de 2016. A notícia representou uma reviravolta, porque a principal corte do país havia ordenado a libertação de um dos acusados, Mehmet Altan, professor de economia e jornalista, ao considerar que a prisão violava seus direitos.

Ele e o irmão, Ahmet, também jornalista, foram acusados de enviar mensagens por meio de códigos durante um programa de entrevistas na TV um dia antes da tentativa de golpe. Nazli Ilicak, jornalista e escritora de 73 anos, que trabalhou até 2013 para o jornal governista Sabah, também foi condenada. Os seis réus negaram as acusações. Ao menos três dos homens já estão presos há cerca de 17 meses.

O caso causou preocupação de entidades internacionais sobre a liberdade de imprensa na Turquia, mas também sobre a independência do Judiciário no governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Desde a tentativa de golpe, mais de 50 mil pessoas foram presas e 150 mil foram demitidas ou suspensas de seus empregos. “Com a condenação, a Justiça turca e o poder que a controla se ridicularizaram”, afirmou, no Twitter, Christophe Deloire, secretário-geral da ONG Repórteres Sem Fronteiras.