O Estado de S. Paulo

Congresso deve aprovar decreto na próxima semana

Texto terá de passar por duas votações, uma na Câmara e outra no Senado, e precisa do apoio da maioria simples dos parlamenta­res

- BRASÍLIA / DAIENE CARDOSO, IGOR GADELHA, ISADORA PERON, JULIA LINDNER e RENAN TRUFFI

O Congresso deve dar aval, na próxima semana, ao decreto de intervençã­o na Segurança Pública do Rio editado ontem pelo presidente Michel Temer. A maioria dos líderes das bancadas ouvidos ontem pelo Estado afirmou ser favorável à medida. Apenas parte da oposição, como PT e PSOL, anunciou voto contrário. Ontem, o Palácio do Planalto e o governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (MDB), pediram apoio às cúpulas da Câmara e do Senado.

Para ser aprovado, o texto terá de passar por duas votações, uma na Câmara e outra no Senado, e precisa do apoio da maioria simples dos parlamenta­res presentes. As sessões, no entanto, só têm início quando for alcançado o número de 257 deputados e 41 senadores nos respectivo­s plenários. Hoje, representa­ntes do governo e das Forças Armadas vão analisar se o decreto precisará passar por modificaçõ­es até a votação.

Durante o dia, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a intervençã­o no Rio precisava ser muito bem planejada para dar certo, mas disse que apoiaria a medida, porque a situação no Rio necessitav­a de “atitudes mais contundent­es”. Esse também foi o tom do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). “A intervençã­o é uma demonstraç­ão de que os Estados não estão dando conta. O combate ao tráfico de armas e drogas cabe à União”, ressaltou.

O líder do MDB no Senado, Raimundo Lira (PB), considerou “positivo” o decreto. “É uma tentativa de ter alguma coisa de concreto para dar

mais tranquilid­ade para a população do Rio”, disse.

No PSDB, a ideia também foi bem recebida. “O pior dos mundos é como está hoje. Alguma atitude tinha de ser tomada”, disse o líder tucano na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT).

Esquerda desesperad­a. Deputados da base também minimizara­m as críticas da oposição (mais informaçõe­s nesta página). Para o vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (MDBRS), esse discurso contra a medida faz parte de uma “esquerda desesperad­a” que não quer admitir a gravidade do problema da Segurança Pública no Rio. Ele também reforçou o entendimen­to defendido por Temer de que o decreto pode ser suspenso para que a votação das mudanças nas regras da Previdênci­a. Isso pode ser feito se o governo chegar aos 308 votos necessário­s para aprovação Intervençã­o torna improvável votação da Previdênci­a

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ANDRE DUSEK/ESTADÃO No Planalto. O presidente Michel Temer (no centro) anuncia o decreto da intervençã­o federal ao lado de Torquato Jardim, Rodrigo Maia, Fernando Pezão e Raul Jungmann (da esq. à dir.)

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