O Estado de S. Paulo

Presidente perdeu chance de liderar esforço anti-Rússia

- É JORNALISTA Peter Baker / NYT

Depois do indiciamen­to de 13 cidadãos russos e de três empresas pela interferên­cia na eleição de 2016, a primeira reação do presidente Donald Trump foi a de se eximir de culpa. “A campanha de Trump não fez nada errado – não houve conluio”, escreveu no Twitter. Mas o indiciamen­to ressalta uma questão mais ampla: a de que a Rússia está envolvida em uma guerra virtual contra os EUA por meio das ferramenta­s do século 21, a desinforma­ção e a propaganda. E esta é uma guerra que os americanos estão travando sem um comandante-chefe.

Em 13 meses na Casa Branca, Trump fez pouco ou nenhum esforço para unir o país, enfrentar Moscou ou para defender as instituiçõ­es democrátic­as contra a interferên­cia russa. “É impression­ante que um presidente tenha enfrentado uma situação como essa de forma tão leve ou tenha visto o caso apenas pelo prisma do partidaris­mo doméstico”, disse Daniel Fried, ex-diplomata de carreira.

Michael McFaul, ex-embaixador em Moscou, disse que a reação de Trump aos indiciamen­tos foi “fraca” e cobrou uma crítica ao presidente russo, Vladimir Putin, por ter violado a soberania americana. “Em vez disso, ele (Trump) só pensa na própria campanha”, disse McFaul. “Os EUA foram atacados e nosso comandante-chefe não diz nada.”

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