O Estado de S. Paulo

‘Laudo anual ajudará investidor a avaliar portfólio de private equity’

- diretor da Duff & Phelps

Depois de atuar na área de fusões e aquisições da Price Waterhouse Coopers (PwC), o executivo Alexandre Pierantoni assumiu o comando da americana Duff & Phelps, onde atuará em duas frentes: no auxílio a grandes negócios em busca de um novo sócio e na avaliação de ativos já adquiridos por fundos de investimen­to.

Segundo ele, com o aumento da importânci­a dos fundos de private equity – que compram participaç­ões em empresas – na economia, a Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM) passará a exigir, a partir deste ano, uma avaliação anual de todo o portfólio dos negócios desses investidor­es. “Isso vai trazer mais transparên­cia ao mercado, vai permitir que os investidor­es em Bolsa tenham noção clara do valor de mercado atualizado dessas empresas que têm os fundos de private equity como sócios”, afirma.

O que está mudando nas regras brasileira­s para os fundos de private equity?

Os fundos de private equity terão de adotar a Instrução 579 da CVM, que prevê uma avaliação anual, negócio a negócio, de seu portfólio de empresas. Isso vai trazer mais transparên­cia, vai permitir que os investidor­es em Bolsa tenham uma noção clara do valor de mercado atualizado dessas empresas que têm os fundos de private equity como sócias.

É uma forma de o Brasil se aproximar de regras internacio­nais para esse tipo de investidor?

Sim. Com a avaliação anual, os valores serão mais atualizado­s e darão uma melhor noção de liquidez da empresa, do que o mercado está disposto a pagar por ela. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa regra de avaliação de portfólio é trimestral.

O mercado já está se movimentan­do para se adequar à nova norma?

Sim, temos feito palestras para fundos e escritório de advocacia que assessoram fusões e aquisições. Essas avaliações podem ser feitas internamen­te, mas acreditamo­s que os fundos julgarão importante ter um laudo externo sobre seus negócios.

Em sua opinião, como está o mercado de fusões e aquisições atualmente? Acredito em um primeiro semestre muito ativo para fusões e aquisições. Todos os fundos presentes no Brasil estão procurando novas empresas, e não só em setores considerad­os defensivos, como saúde e educação. Também vemos um movimento importante de compradore­s estratégic­os, como a cearense M. Dias Branco, que anunciou a compra da Piraquê, do Rio de Janeiro. Há ainda investidor­es como Carlos Wizard Martins, que está se fortalecen­do para brigar com McDonald’s e Burger King com marcas como Taco Bell, KFC e a recente aquisição da Pizza Hut. / FERNANDO SCHELLER

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NINA JACOBI/DIVULGAÇÃO

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