O Estado de S. Paulo

Mercado tenso retira US$ 9,3 bi de emergentes

Fuga ocorreu neste mês, segundo dados do IIF, que reúne 500 maiores bandos do mundo; estresse até diminuiu nos últimos dias, mas cautela prossegue

- Altamiro Silva Junior

O aumento do nervosismo no mercado financeiro mundial desde o começo de fevereiro levou os investidor­es a retirarem US$ 9,3 bilhões apenas neste mês dos principais mercados emergentes, segundo o Instituto Internacio­nal de Finanças (IIF), entidade formada pelos 500 maiores bancos do mundos. Nos últimos dias, o estresse diminuiu, mas a incerteza permanece alta e a tendência é de que os investidor­es passem a fazer maior diferencia­ção entre os emergentes quando forem decidir onde aportar recursos, ressalta relatório divulgado ontem pela instituiçã­o. Os países mais vulnerávei­s podem sentir mais estes efeitos.

Desde 30 de janeiro, quando os emergentes passaram a registrar fuga de capital, os investidor­es retiraram US$ 7,5 bilhões das bolsas destes mercados e US$ 1,8 bilhão do mercado de renda fixa, segundo os dados ainda preliminar­es do IIF, baseados em indicadore­s de alta frequência dos principais emergentes. Nos últimos dias, o ritmo de fuga de recursos se reduziu, seguindo a melhora do humor dos investidor­es, mas o tom que segue é o de cautela e que os investidor­es fiquem mais seletivos, diz o relatório.

As principais bolsas mundiais voltaram a subir na semana passada, mas sinais de “tensões” começaram a aparecer nos mercados de crédito, ainda que de forma “modesta”, e os retornos ("yields") dos bônus dos países desenvolvi­dos estão em alta, de acordo com o IIF.

O relatório alerta ainda que cresce no mercado a aposta de que o Fed (o banco central dos EUA) vai subir os juros quatro vezes este ano, o que pode levar a nova reprecific­ação dos ativos com a divulgação do novo gráfico de pontos do Fed, que reúne a previsão de todos os dirigentes do BC para os juros nos EUA nos próximos anos.

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