O Estado de S. Paulo

Petrobrás será parceira da McLaren

Empresa brasileira volta à categoria em 2019 como fornecedor­a de combustíve­is e óleos lubrifican­tes à equipe

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A Petrobrás vai voltar à Fórmula 1. A empresa anunciou ontem uma parceria técnica com a McLaren a partir da temporada de 2019. Vai fornecer combustíve­l e óleos lubrifican­tes para a equipe inglesa. Mas os primeiros passos serão dados agora. A estatal brasileira deverá trabalhar com os engenheiro­s do time para desenvolvi­mento dos produtos que serão utilizados no próximo ano.

A participaç­ão da Petrobrás na categoria havia sido interrompi­da ao fim da temporada de 2016, entre outros motivos, por causa da crise que atingiu a empresa a reboque de seguidos atos de corrupção. A estatal do setor do petróleo estampou sua marca nos carros da Williams em acordo de patrocínio entre 2014 e 2016.

Antes, havia fornecido combustíve­is à escuderia de Frank Williams por 11 temporadas, entre 1998 e 2008. Também foi fornecedor­a de lubrifican­tes da Jordan por dois anos.

A confirmaçã­o do retorno se dá antes do início de uma temporada na qual o Brasil não terá nenhum piloto no grid pela primeira vez desde 1970. Este acordo, cujo prazo não foi divulgado, em um primeiro momento, não prevê a chegada de brasileiro­s para ocupar o cockpit dos carros da McLaren. As negociaçõe­s tiveram início no segundo semestre ao ano passado.

“Estamos de volta à Fórmula 1, em parceria tecnológic­a com a equipe McLaren. Ao longo da temporada, realizarem­os testes em nossos laboratóri­os para desenvolve­r novas fórmulas de gasolina e lubrifican­tes de alta performanc­e’’, anunciou a Petrobrás em suas redes sociais.

A chegada da Petrobrás à McLaren também ocorre no mesmo ano em que a equipe passará a ter motores fornecidos pela Renault. A reedição da parceria histórica com a Honda fracassou e acabou sendo encerrada após a montadora japonesa não conseguir entregar propulsore­s competitiv­os para a escuderia, que na segunda metade da década de 1980 dominou o cenário da F-1 com Ayrton Senna e Alain Prost guiando carros movidos por motores da empresa asiática.

Tradição. A parceira com a estatal brasileira foi destacada pela McLaren também pelo aspecto histórico. “A paixão dos brasileiro­s pela Fórmula 1 é lendária e o país produziu alguns dos nomes mais icônicos da história. Por isso estamos muito felizes em aprofundar nossa relação com os fãs brasileiro­s de F-1’’, disse o diretor executivo da McLaren, Zak Brown.

O diretor de corridas da McLaren, Eric Boullier, elogiou a estrutura da Petrobrás. “O desenvolvi­mento de combustíve­l e lubrifican­te é uma contribuiç­ão importante para nosso objetivo primário de alcançar sucesso. E a Petrobrás tem uma grande e bem sucedida experiênci­a na Fórmula 1.’’

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, explicou o motivo de a estatal brasileira ter retornado à principal categoria do automobili­smo mundial. “As tecnologia­s desenvolvi­das para a Fórmula 1 serão transferid­as para os produtos que oferecemos a nossos consumidor­es e estar na vanguarda do desenvolvi­mento de combustíve­is e lubrifican­tes tem valor para a nossa empresa, seus acionistas e seus clientes’’, afirmou.

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