Troca na Via Varejo expõe divergência sobre venda
Asaída de Peter Estermann do comando da Via Varejo para liderar o controlador, o Grupo Pão de Açúcar (GPA), colocou de volta à mesa especulações sobre o futuro da varejista dona das Casas Bahia e do Pontofrio. O empresário Michel Klein, que detém 25% da empresa, defendeu no início deste mês, em uma reunião com representantes do Casino, na França, a possibilidade de uma oferta pública de ações da Via Varejo. Escutou que o assunto seria discutido futuramente. Uma hipótese é que o tema seria melhor contemplado agora que a questão sucessória se resolveu. Até o momento, no entanto, a posição do grupo francês que controla o GPA vinha sendo contrária à oferta.
» Sem prêmio. O argumento contra fazer o desinvestimento na Via Varejo por meio de uma oferta em Bolsa seria o de que esta possibilidade tenderia a não gerar prêmio pelo controle. Já o discurso para a busca de um investidor estratégico foi reforçado com a escolha de Flavio Dias para o comando na Via Varejo, em substituição a Peter Estermann. A troca é vista ainda como uma mudança de estratégia, que dá uma cara mais “digital” para a rede.
» Roupagem nova. Estermann era tido como um homem forte do GPA, mas deixa no cargo alguém com a imagem menos associada à do controlador. Dias tem passagens pelo Magazine Luiza e Walmart.com e até então comandava as operações online da Via Varejo. Com isso, a controlada pelo GPA poderia se apresentar ainda mais como uma empresa do universo da tecnologia para tentar atrair o interesse de gigantes globais como a Amazon, por exemplo. Procurado, o GPA afirmou que o processo de venda da Via Varejo permanece em curso e nada foi alterado. A empresa disse ainda que não comenta especulações.
» De malas prontas. Sobrecarregada de assuntos relacionados à Caixa Econômica Federal, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, vai deixar a presidência do Conselho de Administração do ressegurador IRB Brasil Re. Em seu lugar, foi sugerido o secretário adjunto do Tesouro, Otavio Ladeira de Medeiros.
» Missão cumprida. A secretária quer se dedicar mais à Caixa, que tem um desafio grande de capital pela frente, e ao Tesouro. Faz mais sentido. Até mesmo porque, a sensação é de missão cumprida, uma vez que Ana assumiu o comando do colegiado para encaminhar a abertura de capital do ressegurador, realizada em julho último. Desde então, as ações do IRB se valorizaram em mais de 40%, empurrando seu valor de mercado de R$ 8,5 bilhões para mais de R$ 12 bilhões.
» Dança das cadeiras. Ainda entre os representantes do bloco de controle do IRB, o novo diretor da Bradesco Seguros, o ex-Porto Seguro Ney Dias, vai substituir Octavio de Lazari Junior, recentemente indicado para a presidência do Bradesco, no colegiado do ressegurador. Do lado dos acionistas minoritários, o nome indicado – e acatado pelos controladores do IRB – foi o de Raimundo Lourenço Maria Christians, atualmente membro independente do Conselho de Administração e coordenador do Comitê de Auditoria da EcoRodovias. Procurado, o IRB não comentou.
» Viralizou. Em encontro entre o presidente da Usiminas, Sergio Leite, e lideranças da comunidade de Ipatinga, cidade mineira onde está a sede da siderúrgica, na sexta-feira da semana passada, o conselheiro eleito pelos empregados Luiz Carlos Miranda fez campanha para o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro (PP), em vídeo que circula entre os empregados da empresa. Miranda afirma, ao tomar a palavra, que Dinis - précandidato ao governo do Estado - “é um belo exemplo político de Minas Gerais” e profetizou de que ele “será governador”.
» Fui eu. O conselheiro deixa nas entrelinhas que foi um dos protagonistas para o acordo entre Ternium e Nippon Steel, sócios da Usiminas que viviam há anos em disputa. Procurada, a siderúrgica esclarece que seu presidente realiza reuniões periódicas com os diversos públicos. “A companhia não se responsabiliza ou se vincula a opiniões pessoais dos demais participantes convidados destas reuniões, que não seus executivos”.
» Placar favorável. Após três meses de disputa, o time espanhol de futebol Real Madrid conseguiu recuperar o domínio “realmadrid.com.br” no Brasil. O endereço havia sido registrado por um brasileiro, em 2014, para hospedar um site com informações sobre o time e seus jogadores. O Real Madrid levou o caso ao Centro de Arbitragem e Mediação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), em novembro de 2017, e a decisão foi publicada na semana passada. O advogado Eduardo Machado, do escritório de propriedade intelectual Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello, foi o indicado para tocar o caso.