O Estado de S. Paulo

País se sai bem no mercado de petróleo

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O Brasil está em boa posição no mercado de petróleo, devendo aumentar sua produção de 2,74 milhões de barris/dia (b/d) em 2017 para 2,89 milhões de b/d em 2018, segundo o boletim Oil Market Report da Agência Internacio­nal de Energia (IEA, na sigla em inglês). O peso relativo do País nesse mercado também deverá crescer por conta da demanda, que passará de 3,09 milhões de b/d em 2017 para 3,15 milhões de b/d em 2018.

Os especialis­tas da IEA, que faz parte da Organizaçã­o para Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OCDE), preveem para 2018 um período de grandes incertezas e mudanças radicais nos padrões de comércio da commodity. Entre os fatores citados estão, no plano negativo, a deterioraç­ão da situação da Venezuela, um dos grandes produtores e, no plano positivo, a perspectiv­a de maior demanda de óleo bruto, devido, ao cresciment­o da economia global. Os dois fatores poderão contribuir para que as cotações do óleo bruto permaneçam em níveis elevados, apesar do aumento da produção.

Os Estados Unidos estão liderando a ampliação da oferta de petróleo. “Em exatos três meses, até novembro (de 2017), a produção de óleo cru aumentou colossais 846 mil b/d, e superou a da Arábia Saudita”, segundo a IEA. As transforma­ções de mercado são tão grandes que, recentemen­te, se soube de “um carregamen­to de condensado dos Estados Unidos para os Emirados Árabes Unidos”, algo “inacreditá­vel há poucos anos”.

Com base nas projeções de cresciment­o do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), a IEA elevou sua previsão de aumento da demanda de petróleo em 2018 de 1,3 milhão de b/d para 1,4 milhão de b/d. Em 2017, esse aumento foi de 1,6 milhão de b/d. Os preços subiram com a ajuda dos cortes de produção dos países exportador­es, reunidos na Opep. Mas “passou o momento” de cotações do óleo tipo Brent acima dos US$ 70 o barril, segundo a IEA. O tipo Brent era negociado ontem por volta de US$ 65 o barril.

O Brasil tem empresas bem estruturad­as para atuar no setor, a começar pela maior e mais importante delas, a Petrobrás, que há cerca de dois anos passou a ter uma gestão profission­al. Com regras atrativas, o País recebe mais investidor­es globais, que já respondem por 23% da produção, segundo dados recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombust­íveis (ANP).

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