O Estado de S. Paulo

Governo estuda alternativ­as para mudar aposentado­ria

Alterações poderiam ser feitas por medida provisória ou projeto de lei, mas lideranças descartam iniciativa

- Idiana Tomazelli/ BRASÍLIA

Enterrada a reforma da Previdênci­a via proposta de emenda à Constituiç­ão, o governo ainda vai definir se adotará alguma medida para mudar regras e tentar conter o rombo bilionário e crescente na Previdênci­a via projeto de lei ou Medida Provisória, segundo apurou o Estadão/Broadcast. Há um cardápio de iniciativa­s que podem ser endereçada­s por esses instrument­os, que requerem menos votos e não contam no momento com qualquer impediment­o para tramitarem. Mas, se depender das lideranças do governo no Congresso, é pouco provável que isso prospere.

Entre as regras previdenci­árias que poderiam ser alteradas por projetos infraconst­itucionais estão regras de cálculo dos benefícios do INSS, aposentado­ria rural, elevação do tempo mínimo de contribuiç­ão na aposentado­ria por idade (hoje de 15 anos), aposentado­ria dos militares e idade mínima do Benefício de Prestação Continuada (BPC), atualmente em 65 anos. Já as regras de aposentado­ria e pensão dos servidores públicos dependem de alteração na Constituiç­ão – algo inviável enquanto perdurar a intervençã­o no Estado do Rio de Janeiro.

Embora a estratégia do governo em relação à Previdênci­a, que teve um déficit de R$ 268,8 bilhões somando o INSS e o regime dos servidores da União, ainda esteja sendo traçada para o momento pós suspensão da PEC, sabe-se nos bastidores que será uma decisão de natureza estritamen­te política. Primeiro para definir se o governo continua investindo em medidas nessa área ao longo de 2018, e segundo, se continuar, para decidir quais iniciativa­s serão tomadas dentro das limitações impostas pela edição do decreto de intervençã­o no Estado do Rio de Janeiro.

O risco de nada ser feito neste ano para conter o avanço do rombo é real, deixando a responsabi­lidade para o próximo presidente da República. Principalm­ente diante da avaliação, entre os lideranças do governo, de que já será necessário um esforço bastante grande para aprovar as 15 medidas listadas ontem como “prioritári­as” pela equipe econômica .

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