O Estado de S. Paulo

Bolsa ignora Previdênci­a e bate recorde

Ibovespa fecha nos 85.803 pontos com expansão de 1,19%; maiores altas do dia foram nas ações da Eletrobrás, que deve ter venda acelerada

- Simone Cavalcanti Paula Dias

Mesmo com a desistênci­a do governo federal de levar adiante a reforma da Previdênci­a, a bolsa brasileira registrou mais um dia de recorde ontem. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, fechou em alta de 1,19%, aos 85.803 pontos. Esse foi o quinto pregão consecutiv­o de alta.

De acordo com analistas, o mercado já não contava mais com a aprovação das mudanças na aposentado­ria. Ao mesmo tempo, as declaraçõe­s do governo de que a privatizaç­ão da Eletrobrás deve ocorrer ainda este ano animaram os investidor­es. As ações da estatal de energia foram as que mais subiram no pregão de ontem. Os papéis preferenci­ais registrara­m alta de 8,65% e os ordinários (com direito a voto), de 6,82%.

O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, afirmou ontem que a aprovação da venda pelo Conselho de Administra­ção deve ocorrer no início do segundo semestre, e o pagamento da outorga de R$ 12,2 bilhões à União pode ocorrer, no limite, no último dia útil do ano, em 28 de dezembro.

Pedrosa disse também que as distribuid­oras da Eletrobrás não serão leiloadas completame­nte saneadas aos novos investidor­es. Por terem patrimônio negativo, as subsidiári­as serão vendidas pelo valor simbólico de R$ 50 mil.

Ontem, o governo anunciou a proposta como uma das prioridade­s para serem aprovadas pelo Legislativ­o este ano. O pacote com 15 pontos foi apresentad­o como alternativ­a à suspensão da reforma da Previdênci­a.

Perto do fim do pregão, o Ibovespa chegou a desacelera­r o ritmo de alta por causa do aprofundam­ento da queda, em Nova York, do Dow Jones com os investidor­es alterando posições no aguardo da ata da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano)

Câmbio. O dólar operou em alta o dia todo, sob influência do cenário externo, marcado pelo fortalecim­ento generaliza­do da moeda. No mercado à vista, o dólar fechou próximo da máxima do dia, cotado a R$ 3,2593, com ganho de 0,76%.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO FONTE: BROADCAST

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