O Estado de S. Paulo

Sucesso no exterior

Clássicos nacionais, como os Volkswagen ‘a ar’ são cobiçados fora do País

- José Antonio Leme jose.leme@estadao.com

Em outros tempos, quando a moeda era mais forte, o Brasil virou destino de vários carros antigos importados. Agora, o jogo virou: o País se tornou base de exportação desse tipo de veículo, e não apenas nacionais. A partir daqui, são exportados modelos europeus e americanos raros.

Os nacionais mais desejados no exterior são os Volkswagen com motor a ar, segundo Maurício Marx, dono da Universo Marx, loja especializ­ada em antigos. “Há procura por carros como o SP2 (foto acima), Brasilia, Variant e TL”. Outro “a ar” que faz sucesso lá fora é o Willys Interlagos, versão brasileira do Renault Alpine.

Os fora de série também são cobiçados. É o caso de Puma, Puma DKW, Malzoni GT, além do Envemo 90 e dos Chamonix (réplicas dos Porsche 356 e Spyder 550, respectiva­mente).

Roberto Suga, presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), conta que muitos importados também estão indo embora. “Carros raros, como o Mercedes-Benz 300 SL, acabam sendo exportados. Como têm valores muito altos, não é fácil encontrar compradore­s aqui”, afirma.

PROCESSO

Para trazer um carro do exterior ou vender para alguém fora do País é necessário o Registro e Rastreamen­to da Atuação dos Intervenie­ntes Aduaneiros (RADAR). Esse documento é emitido pela Receita Federal.

Ainda assim, será preciso contratar o serviço de um despachant­e aduaneiro, que fará o procedimen­to de envio e embarque do veículo na alfândega. O serviço desse profission­al custa cerca de US$ 1 mil (em torno de R$ 3,3 mil)

O mais comum é utilizar os serviços de uma trading – empresa especializ­ada em importação e exportação. Nesse caso, o carro será vendido à trading, ainda no Brasil, e por ela negociado com o comprador final.

O serviço, que custa cerca de R$ 3 mil, costuma ser contratado por estrangeir­os que querem evitar riscos. Isso porque a empresa se responsabi­liza por informar as reais condições do veículo, algo impossível de ser constatado por quem está do outro lado do oceano.

Fechado o negócio, é preciso informar ao Detran que o carro irá para fora do País. Com isso, é dado baixa nas placas, que devem ser entregues ao Departamen­to de Trânsito local.

ENVIO

O envio pode ser feito por navio ou avião. O primeiro custa cerca de US$ 1,5 mil (R$ 5 mil) – são cerca de 15 dias até o destino. O custo do aéreo é de cerca de US$ 5 mil (R$ 16 mil).

Suga lembra que no transporte marítimo o risco de o veículo sofrer danos é maior.

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