O Estado de S. Paulo

TJ: mandados coletivos não serão expedidos

- Roberta Pennafort / RIO / COLABOROU T.M.

O desembarga­dor Milton Fernandes de Souza, presidente do Tribunal de Justiça do Rio, garantiu ontem que não serão expedidos mandados de busca e apreensão coletivos durante a intervençã­o federal na segurança do Rio – medida que fora defendida pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.

“Mandado coletivo não existe. Isso foi uma expressão talvez mal cunhada. Tem de ter nome e local da eventual intervençã­o. Não pode ser ‘intervir em determinad­a comunidade’, e sim ‘em determinad­o local naquela comunidade’”, afirmou Souza em entrevista à Rádio CBN, defendendo que as leis não sejam violadas.

No entanto, o desembarga­dor lembrou que cada juiz vai decidir segundo o próprio entendimen­to quando os pedidos de busca e apreensão chegarem, enviados pela polícia. “A intenção geral é garantir os direitos individuai­s, todas as garantias constituci­onais do cidadão. As leis, o ordenament­o jurídico, têm de ser obedecidos”, disse o desembarga­dor.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse ontem que o governo não desistiu da necessidad­e de solicitar à Justiça os mandados coletivos, se eles forem necessário­s. “Não é problema se o governo recuou, não recuou. Não é nada disso. A necessidad­e é que vai dizer (se precisa do mandado para uma área) e o juiz é soberano para conceder ou não conceder.”

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