O Estado de S. Paulo

Projeto encontra resistênci­as dentro do governo

- / ADRIANA FERNANDES

Não há consenso dentro do governo em torno da proposta de aprovação de um mandato duplo para o Banco Central (controle de inflação e o cresciment­o). Apesar do debate interno na equipe econômica, o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (MDB-RR), vai apresentar um projeto de lei complement­ar de autonomia ampla para o BC. O assunto foi discutido ontem entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BC, Ilan Goldfajn, durante almoço. Em 2016, quando aceitou integrar o governo, Meirelles apresentou três condições. Uma delas foi justamente o apoio do governo para autonomia do BC. As outras duas condições foram a reforma da Previdênci­a e participar das escolhas para a presidênci­a do BNDES e Petrobrás.

A proposta já começou a ser costurada com o presidente do BC há algum tempo. Ilan quer deixar a sua marca como presidente que conseguiu a autonomia, uma proposta polêmica que já entrou e saiu da agenda por várias vezes, mas não emplacou.

Segundo fontes, uma das resistênci­as ao duplo mandato seria a dificuldad­e de acertar um indicador para servir de referência ao cresciment­o e emprego.

Como estratégia de negociação, Jucá incluiu itens na proposta que podem ser retirados durante a votação. O projeto também prevê a autonomia financeira ao BC, mas há resistênci­as no governo, porque daria à autarquia um tratamento diferencia­do: se desvincula­ria do Ministério da Fazenda e teria um orçamento apartado.

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