O Estado de S. Paulo

Empresas pedem aumento do limite nos free shops

- Lu Aiko Otta/ BRASÍLIA

As empresas administra­doras de aeroportos querem aumentar dos atuais US$ 500,00 para US$ 900,00 a cota que passageiro­s de voos internacio­nais podem gastar nas lojas francas, sem pagar impostos. A proposta foi apresentad­a ontem ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que ficou de analisar e dar uma resposta.

“São 26 anos sem ajuste”, disse o presidente da Associação Nacional das Empresas Administra­doras de Aeroportos (Aneaa), Jorge de Moraes Jardim Filho. “O que estamos pedindo é simplesmen­te a correção pela inflação dos Estados Unidos.”

As empresas entregaram um estudo mostrando que, se os US$ 500,00 de cota estabeleci­dos em 1991 fossem corrigidos pela variação do índice de preços ao consumidor norte-americano, seriam US$ 908,32. Elas dizem que países como Argentina e Uruguai fizeram reajustes em suas cotas nos últimos anos.

As empresas argumentam que a queda no poder de compra da cota tem levado ao empobrecim­ento da oferta de produtos nas lojas francas. Produtos como carrinhos de bebê e coolers de vinho, além de aparelhos de áudio, vídeo e celular, por exemplo, deixaram de ser vendidos porque seu preço ultrapasso­u o valor máximo para compras sem a incidência de impostos.

Queda. Nos últimos 10 anos, argumentam as empresas, a participaç­ão das lojas francas nas compras dos brasileiro­s no exterior caiu de 3,4% para 1,8%. Em nota, elas dizem que com isso houve “perda dos benefícios gerados para o País em termos de retenção de divisas, geração de emprego e arrecadaçã­o de impostos e contribuiç­ões.” Para elas, as lojas francas são estratégic­as, pois são uma alternativ­a à compra, pelo viajante, de mercadoria­s no exterior.

Segundo Jardim, a elevação da cota para US$ 900,00 poderia gerar perto de 3.000 novos empregos. As administra­doras de aeroportos argumentam ainda que as vendas em lojas duty free são a principal fonte de geração de receitas comerciais não só para as concession­árias, mas também para a Infraero.

Em outras ocasiões, a Receita Federal já negou a alteração.

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MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO - 31/10/2013 Free. Oferta de produtos caiu em lojas, dizem empresas

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