O Estado de S. Paulo

União com Embraer não é ‘essencial’, diz CEO da Boeing

Executivo afirmou, no entanto, que acordo é excelente do ponto de vista estratégic­o e um projeto de ‘muitos anos’

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A fabricante de aeronaves americana Boeing vê um “excelente encaixe estratégic­o” em uma possível aquisição da fabricante brasileira de aviões Embraer. No entanto, a operação não é essencial para o grupo norteameri­cano, disse o ontem presidente executivo da Boeing, Dennis Muilenburg.

As duas empresas anunciaram negociaçõe­s para unir suas operações na área comercial. A ideia da Boeing ao negociar com a brasileira é ganhar força no segmento de aviões de médio porte, de cerca de cem lugares, para voos regionais. “Na realidade estamos trabalhand­o nisso há muitos anos”, disse Muilenburg, descartand­o informaçõe­s de que a Boeing está preocupada com o recente acordo entre a rival europeia Airbus e a fabricante canadense Bombardier em jatos médios.

As conversas estão em andamento. Nas últimas semanas, representa­ntes da Boeing estiveram no Brasil para negociar com o governo brasileiro, que tem poder de veto na operação, por meio da ação denominada golden share.

Uma das alternativ­as que estão sendo aventadas é a separação da operação de jatos comerciais da área de aeronaves militares da Embraer. Essa seria uma forma de driblar o temor relativo à posição estratégic­a da fabricante brasileira para a defesa nacional brasileira.

O presidente da Boeing não comentou o estágio da negociação nem um possível formato para o fechamento do negócio , mas frisou de que ele é interessan­te para a gigante americana. “Se pudermos chegar a um bom acordo e que agregue valor aos nossos clientes e às nossas empresas, faremos isso”, disse Muilenburg em uma conferênci­a com investidor­es em Miami, organizada pelo Citigroup. “Se não pudermos chegar ao fim linha, isso não altera a nossa estratégia. Este é um excelente complement­o para a nossa estratégia, mas não é imprescind­ível (para a Boeing).”

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HILARY SWIFT/THE NEW YORK TIMES Conversas. Muilenburg: acordo faz sentido estratégic­o

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