O Estado de S. Paulo

Segurança do Rio ficará com general da ativa

Por questão hierárquic­a e disciplina­r, intervento­r optou por escolher oficiais para os postos-chave; mais cotado comandou contingent­e na Maré em 2015

- Felipe Frazão ENVIADO ESPECIAL / RIO

O general de divisão Richard Fernandez Nunes é o nome mais cotado para a Secretaria da Segurança do Rio. Desde 2016, ele é comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O intervento­r, Walter Braga Netto, optou por generais em postos-chave.

Intervento­r federal no Rio e comandante militar do Leste, o general de Exército Walter Souza Braga Netto anunciará na próxima terça-feira um general da ativa para comandar a Secretaria de Segurança do Estado. Embora ainda não haja confirmaçã­o oficial, o general de divisão Richard Fernandez Nunes é o mais cotado e deverá ser o sucessor do delegado da Polícia Federal Roberto Sá.

O policial pediu exoneração da chefia da secretaria na semana passada, assim que o presidente Michel Temer decretou a intervençã­o na segurança do Estado. Braga Netto passou a semana em Brasília, em despachos com a cúpula das Forças Armadas sobre o planejamen­to da intervençã­o, e tinha volta prevista para o Rio para a noite desta quinta-feira.

Sua agenda não foi divulgada. O intervento­r deve continuar com a rotina de reuniões fechadas hoje no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste. Ele decidiu manter seu gabinete no palácio durante o prazo da intervençã­o, até o fim deste ano.

Auxiliares do intervento­r explicaram que ele passou os últimos dias levantando nomes para compor a secretaria. Por questão hierárquic­a e de disciplina, o militar optou por escolher generais para os postoschav­e, afirmaram.

Assim, militarmen­te, o comando da secretaria manterá a estrutura de subordinaç­ão dos demais órgãos, uma vez que o Comando-Geral da Polícia Militar cabe a um coronel, posto mais alto da carreira, e os batalhões são comandados por tenentes-coronéis.

De acordo com assessores, Braga Netto não decidiu ainda os nomes abaixo do secretário nem se vai nomear generais para o comando direto da Polícia Militar e dos Bombeiros e para a chefia da Polícia Civil. Ele também avalia se vai convocar generais da reserva para cargos de confiança.

Como boa parte da formação dos oficiais do Exército ocorre em instituiçõ­es no Rio, o general

deverá montar uma equipe com vivência na cidade.

Currículo. O general Richard Fernandez Nunes é natural do Rio de Janeiro. Desde setembro de 2016, é comandante da Escola

de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na Urca. Ele foi promovido de posto anteontem, por tempo no cargo, passando de general de brigada para general de divisão, o chamado “três estrelas”.

Nunes formou-se em Artilharia na Academia Militar das Agulhas Negras e Direito na Universida­de do Estado do Rio (UERJ). Ele tem mestrado em Ciências Militares na ECEME e foi professor da Academia Militar de West Point, nos Estados Unidos. Em Madri, na Espanha,

concluiu o Curso de Altos Estudos Estratégic­os no Centro Superior de Estudos da Defesa Nacional. Serviu em missão das Nações Unidas na Guatemala.

Antes da ECEME, o general coordenou ações de defesa química, biológica, radiológic­a e nuclear na Copa das Confederaç­ões Fifa 2013. Também comandou a 14.ª Brigada de Infantaria Motorizada em Florianópo­lis (SC). Por três meses, comandou ainda o 5.º contingent­e da Força de Pacificaçã­o no Complexo da Maré, em 2015.

 ?? JULIANA STADNIK/AGÊNCIA AL ?? ‘Três estrelas’. Nunes é o mais cotado para o cargo
JULIANA STADNIK/AGÊNCIA AL ‘Três estrelas’. Nunes é o mais cotado para o cargo

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil