Fórmula 1.
Equipes favoritas ao título lançam carros com novidades aerodinâmicas.
Ferrari e Mercedes retomaram ontem a briga que têm travado nos últimos anos na Fórmula 1. Ambas apresentaram seus carros para 2018, quase ao mesmo tempo, e prometem maravilhas para a temporada. Os alemães se dizem prontos para manter a hegemonia que detém desde 2014. Os italianos garantem que, desta vez, poderão voltar a conquistar um título que não ganham desde 2007.
No cronômetro, foi a Mercedes quem “largou” primeiro. Horas antes da apresentação oficial, a equipe levou o W09 para a pista de Silverstone para algumas voltas de demonstração, pilotado por Valtteri Bottas. Visualmente, o carro é muito semelhante ao antecessor, o W08, com a cor prata predominando, com leves toques de verde claro nas laterais e nas asas dianteira e traseira.
O monoposto tem novidades. A mais evidente é o halo, a proteção frontal do cockpit que passará a ser utilizada na categoria este ano. A traseira está mais discreta, com o abandono da “barbatana de tubarão” vista nos modelos de 2017 da F-1 para atender às exigências do regulamento aerodinâmico.
Campeão do ano passado, o inglês Lewis Hamilton demonstrou a empolgação de um garoto fã de carros ao falar do W09. “É melhor que o carro do ano passado em todos os aspectos”, afirmou. “No último ano o carro era fantástico, mas havia muitas coisas que nós ainda poderíamos melhorar nele.”
O aproveitamento do “DNA” do modelo de 2017 é, segundo Hamilton, fundamental para que a Mercedes evolua e mantenha o domínio tanto no campeonato de pilotos como no de construtores. Desde 2014, ele ganhou três campeonatos e o alemão Nico Rosberg, um (2016). “Parece muito semelhante ao nosso carro anterior, mas, por dentro, embaixo de sua capa, e também em sua carenagem, tudo foi refinado para desempenhar ainda melhor do que no ano passado.”
Bottas, que pilotou com bastante cuidado em Silverstone ontem porque a pista estava úmida, disse que a resposta do novo carro foi positiva. “Tudo estava funcionando muito bem. O carro se ‘sentiu bem’ e o motor estava funcionando muito
bem”, garantiu.
Troco. Poucas horas depois do lançamento da Mercedes, foi a vez da Ferrari apresentar oficialmente o seu carro, em Maranello. Para causar ainda mais impacto, a tradicional cor vermelha do SF71 é ainda mais predominante do que a do monoposto de 2017, o SF70H.
Até mesmo o halo foi todo pintado de vermelho, cor que só não está presente em detalhes discretos do visual do modelo. Na parte superior traseira, as cores da bandeira da Itália são retratadas de forma sutil.
“O carro parece legal e, normalmente, quando parece legal também há velocidade”, disse o finlandês Kimi Raikkonen, que continuará como companheiro de equipe do alemão Sebastian
Vettel. Raikkonen se referiu às mudanças significativas no chassi do novo carro, que passa a ter maior distância entre eixos que o antecessor e também dutos laterais mais agressivos para facilitar a passagem do ar. O modelo ganhou um revisado sistema de resfriamento do motor e atualizações aerodinâmicas para se tornar mais competitivo do que foi em 2017, quando a equipe viu seus carros serem superados em desempenho principalmente nos circuitos mais rápidos. O SF71 vai estrear na pista domingo, em uma sessão de filmagem no circuito de Barcelona, onde os testes coletivos da prétemporada começam na segunda-feira. “Nós não podemos esperar para sair com o carro para a pista e ver como desempenha e como se comporta”, disse um ansioso Vettel, tetracampeão pela Red Bull, com títulos seguidos entre 2010 e 2013.