Beto Richa afasta assessor e determina investigação
Após a Polícia Federal deflagrar a Operação Integração, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), afastou o assessor Carlos Nasser até “a completa apuração dos fatos”. Em nota, a Secretaria do Comunicação do Estado afirmou que Nasser ocupava um cargo de “terceiro escalão”, sem “vínculo com o gabinete do governador”.
A força-tarefa da Lava Jato identificou R$ 2,2 milhões depositados nas contas de empresas que pertencem a Nasser. Em depoimento, o assessor da Casa Civil disse que sua empresa “não foi ativa nem obteve valor expressivo”. Nasser não foi preso, mas houve buscas em seu endereço e ele foi ouvido.
A Secretaria de Comunicação do Estado informou ainda que o governador determinou investigação para apurar as eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Segundo a nota da pasta, a apuração será conduzida pela Controladoria-Geral do Estado.
“Tanto os contratos quanto os aditivos relacionados ao Anel de Integração foram conduzidos pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), que é o poder concedente. E todos terminaram submetidos ao crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná, que homologou seus termos”, informou a pasta.
O diretor-geral do DER do Paraná, Nelson Leal Júnior, é suspeito de receber propinas da concessionária Econorte. Segundo a investigação, ele comprou imóvel no valor de R$ 2,5 milhões em Balneário Camboriú (SC). Em depoimento, Leal, um dos presos ontem, disse que comprou o apartamento em 2010 e o vendeu em 2013.
Em nota, Rodrigo Tacla Duran, apontado pela Lava Jato como operador de propina, afirmou que sua “movimentação financeira foi corretamente declarada e os respectivos impostos, recolhidos”.
O Dnit disse que vai acompanhar as apurações e colaborar com as autoridades, adotando as medidas administrativas que forem necessárias. A Econorte não respondeu aos contatos da reportagem. O Estado não conseguiu localizar as defesas dos demais citados.