LÍDER OPOSITOR E ESPIÃO CHECO
Diplomata expulso do Reino Unido diz que trabalhista Jeremy Corbyn foi seu informante nos anos 80
Líder das pesquisas eleitorais no Reino Unido e favorito para ocupar a chefia de governo, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, teria sido espião comunista recrutado pelo serviço de espionagem da então Checoslováquia, nos anos 80. A revelação foi feita pelo ex-diplomata checo Jan Sarkocy, expulso de Londres pelo governo de Margaret Thatcher, em 1989. Segundo Sarkocy, Corbyn era seu informante no Parlamento britânico.
O caso foi publicado no jornal The Sun, um tabloide conservador que não hesita em dar manchetes escandalosas envolvendo o Partido Trabalhista. O ex-agente secreto checo, que usava o nome de Jan Dymic durante seus anos de espionagem, disse que se encontrou com o trabalhista diversas vezes.
Desde a divulgação do caso, a imprensa conservadora britânica publicou editoriais e manchetes contra Corbyn. O Daily Mail vem chamando o líder de “camarada Corbyn”, enquanto o Telegraph chegou a pedir a cabeça do trabalhista, afirmando que ele “não é qualificado para se tornar primeiro-ministro” por ter “traído o país”.
O crime de traição envolvendo espionagem existe no Reino Unido e foi passível de pena de morte ao longo de décadas, até a revogação da pena, em 1998.
Apesar da seriedade do caso, a acusação foi rapidamente desmentida pelos arquivos do serviço de espionagem da República Checa, que apontam Corbyn como uma “pessoa de interesse”, não como um “espião recrutado”. Ex-agentes do MI6, o serviço secreto exterior do Reino Unido, afirmaram à rede BBC que, se Corbyn tivesse sido um informante, sua identidade seria conhecida. Além disso, o trabalhista não tinha acesso a informações privilegiadas na época.
Humanista e pacifista, Corbyn foi membro do movimento Juventude Socialista. Ex-membro da ONG Anistia Internacional, ele defende o desarmamento nuclear e é a favor de medidas para conter o aquecimento global. Próximo do meio sindical britânico, ele se elegeu líder trabalhista graças aos votos dos sindicalistas e apesar de suas posições extremas, como os elogios ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.
Corbyn, conhecido pelo mau humor, classificou as “informações” de “difamação ridícula”. “Há algo mais sério por trás disso: os patrões de veículos de imprensa têm medo de um governo trabalhista”, afirmou o opositor. “Temos boas notícias para eles: a mudança está chegando.”