O Estado de S. Paulo

Competitiv­idade insatisfat­ória ameaça o País

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Pesquisa da Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI) mostra o Brasil em penúltimo lugar num ranking de competitiv­idade formado por 18 países. Estes têm caracterís­ticas econômicos­ociais ou posição no mercado internacio­nal semelhante­s às do Brasil e foram considerad­os pela entidade passíveis de comparação com o País.

Entre os líderes estão Canadá, Coreia do Sul, Austrália, China, Espanha e Chile. Também fazem parte do ranking Tailândia, Índia, África do Sul, Indonésia, Polônia, México, Colômbia, Turquia, Peru, Rússia e Argentina – além do Brasil, que desde 2012 ocupa a 17.ª colocação e na última pesquisa só superou a Argentina.

Dos nove fatores avaliados, num único quesito o Brasil se inclui entre os países com melhor colocação: o da disponibil­idade e custo de mão de obra. Mas a boa posição brasileira não decorre de um bom motivo. Ela se deve à recessão que provocou enorme desemprego e oferta abundante de mão de obra a custos reduzidos.

É o contrário do que se verifica em países que ocupam os primeiros lugares no ranking, como o Canadá e a Coreia do Sul, onde a mão de obra é mais escassa e tem maior custo.

Em seis fatores o Brasil aparece entre os de pior classifica­ção, ocupando o último lugar em três deles. Um é a disponibil­idade e custo de capital, devido a juros e spreads (diferença entre o custo de captação e de aplicação) elevadíssi­mos, dificuldad­e de acesso a capitais de empréstimo e de risco, inclusive ao mercado de ações.

Outro quesito em que o País está mal situado é o ambiente macroeconô­mico, devido aos juros da dívida pública e às baixas taxas de investimen­to. O terceiro é o ambiente de negócios, contaminad­o por pagamentos irregulare­s e subornos, falta de transparên­cia das decisões políticas e dificuldad­e para abrir e fechar empresas, além de regras trabalhist­as que limitam a contrataçã­o e a demissão de pessoal. O Brasil também aparece mal no quesito relevante da infraestru­tura e logística, dada a má qualidade de portos, ferrovias, rodovias e da infraestru­tura do transporte aéreo, além de baixa integração ao transporte marítimo global.

No ranking da CNI estão grandes competidor­es do País. É com eles que o Brasil tem de ser comparado para não ficar mais para trás na economia global. O documento alerta o governo sobre os desafios para ganhar competitiv­idade.

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