EUA transferirão embaixada para Jerusalém em maio
Inauguração foi marcada para coincidir com 70º aniversário da criação de Israel; palestinos veem ‘provocação’
A Embaixada dos Estados Unidos em Israel será transferida de Tel-Aviv para Jerusalém em maio, informou ontem o Departamento de Estado americano. A transferência da representação diplomática – que, na prática, significa o reconhecimento da cidade como capital israelense por parte de Washington – foi anunciada em 6 dezembro pelo presidente Donald Trump e tem provocado protestos em países árabes e europeus.
O dia escolhido pelo governo Trump para a inauguração da nova embaixada foi 14 de maio, data do 70.º aniversário da declaração de independência de Israel e da criação oficial do Estado israelense. “Estamos animados para dar esse passo histórico”, declarou a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert.
A princípio, a nova embaixada americana deverá ser instalada provisoriamente em um endereço do bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental, onde já funcionam escritórios consulares dos EUA. Segundo Nauert, a busca por um local permanente para a missão diplomática já começou, mas se trata de “um projeto de longo prazo”.
A embaixada provisória deverá ser ampliada gradualmente. No início, contará apenas com escritórios para o embaixador e uma pequena equipe. Mas, até o fim de 2019, está prevista a inauguração de um anexo nas instalações em Arnona.
Reações. A Autoridade Palestina qualificou a decisão dos EUA de “provocação para os árabes – muçulmanos e cristãos”. “Isso é um passo inaceitável. Qualquer movimentação unilateral não dará legitimidade a ninguém e será um obstáculo para qualquer esforço de criação de paz na região”, disse Nabil Abu Rdainah, porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas. O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, por sua vez, afirmou que ontem foi “um grande dia para o povo de Israel”.