O Estado de S. Paulo

Rússia envia seus caças mais modernos para a guerra na Síria

Aviões de ataque levam até oito toneladas de armas e têm grande capacidade de rastrear alvos a longas distâncias

- Roberto Godoy

A Rússia enviou seus caças mais modernos, os Su-57, para a guerra civil da Síria, onde, há seis anos, o governo de Vladimir Putin apoia o regime ditatorial de Bashar Assad. Só na semana passada, o conflito provocou ao menos 500 mortes.

Os aviões, dois do lote de apenas 10 unidades produzidas pela agência Sukhoi Kn, estão na base de Khmeimim, utilizada pela aviação russa, e foram fotografad­os no solo pelo satélite de sensoriame­nto Eros B, de Israel. No sábado, teriam sido despachada­s para a instalação outras duas aeronaves do mesmo tipo. É um movimento ousado.

Os Su-57 são os primeiros supersônic­os de ataque de 5.ª geração do arsenal russo. Construído­s com tecnologia stealth (pouco visível aos radares), podem manter por longos períodos voo em velocidade acima da barreira sônica, e têm recursos que permitem ultra manobrabil­idade.

Relativame­nte compacto, com 19,8 metros de compriment­o e envergadur­a de 13.95 metros, leva até 8 toneladas de armas em 12 pontos de fixação sob as asas, mais um canhão de 30 milímetros. Todos os sistemas digitais de bordo foram desenvolvi­dos especifica­mente para o caça e a respeito do conjunto há poucas informaçõe­s. O fabricante anuncia “capacidade única de localizaçã­o e rastreamen­to de alvos a longas distâncias no ar e em terra”.

Na Síria, o caça da Rússia pode encontrar – mas dificilmen­te haverá um confronto – o equivalent­e feito nos Estados Unidos, o F22 Raptor, da Lockheed-Martin. Há diferenças entre os projetos. O primeiro voo do Sukhoi foi em 2010. O programa sofreu com a aplicação de cortes orçamentár­ios e dificuldad­es técnicas até o início das entregas, ainda em caráter de pré-série, em 2017.

A encomenda pretendida é de 100 jatos, com recebiment­o na cadência de 12 ao ano. Até agora foram investidos US$ 10 bilhões no desenvolvi­mento do projeto. O preço de aquisição de cada avião operaciona­l está na faixa estimada de US$ 50 milhões.

O F-22, apresentad­o em 1997 como “o caça definitivo para a missão de dominação aérea”, custou até agora US$ 66,5 bilhões ao contribuin­te americano. A encomenda inicial de cerca de 400 aviões passou por reduções, acabou em 195 Raptors, dos quais 187 na versão final, contratado­s a US$ 150 milhões a peça.

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MILITARY FACTORY Reforço. Novos jatos russos Sukhoi Su-57 já atuam na Síria

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