Cobiçado, Ibirapuera volta a receber o Brasil Open
Ginásio abriga torneio enquanto seu complexo é alvo de 7 empresas em licitação do governo, que almeja R$ 600 milhões
Com 61 anos completados no mês passado, o ginásio do Ibirapuera está prestes a sair das mãos do governo do Estado de São Paulo e passar a ser administrado pela iniciativa privada.
O local receberá a partir de hoje o Brasil Open, ATP 250 realizado em quadra de saibro, enquanto sete empresas lutam para assumir o controle do complexo Constâncio Vaz Guimarães, onde o clássico palco paulistano é uma das cinco instalações esportivas ao lado do estádio Ícaro de Castro Melo, o conjunto aquático Caio Pompeu de Toledo, o ginásio Mauro Pinheiro e o Palácio do Judô.
A informação foi confirmada pelo Estado na sexta-feira, quando a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude (SELJ), órgão do governo estadual, também revelou com exclusividade à reportagem que o governo mais do que dobrou a sua expectativa de investimento no complexo ao cedê-lo à iniciativa privada em uma concessão de 30 anos. O valor, estimado inicialmente em R$ 225 milhões, saltou para R$ 600 milhões.
“A expectativa é de que a iniciativa privada traga investimentos na ordem de R$ 600 milhões para os 110 mil metros quadrados do complexo, que deve passar por ampla reforma, com modernização estrutural e tecnológica, bem como contar com a construção de uma arena multiúso com capacidade para 20 mil lugares. Com a concessão, o novo administrador do espaço fica responsável pela modernização e pelo investimento, além de dispor de um valor mensal ao governo do Estado durante os 30 anos de contrato”, revelou a SELJ em nota.
Deficitário e de manutenção cara, o Ibirapuera foi reinaugurado em 2011 junto com as outras instalações do seu complexo em uma obra de R$ 27 milhões, mas o local teve problemas de degradação nos anos seguintes. Apesar disso, a sua utilização ainda é motivo de comemoração para muitos. Entre eles está Luis Felipe Tavares, diretor do Brasil Open.
“Não existe quadra central melhor no Brasil do que a do Ibirapuera. E isso tanto para quem assiste quanto para quem joga tênis’’, ressaltou Tavares, lembrando ainda a importância de o torneio voltar a ocorrer em ginásio coberto após ser atrapalhado por chuvas em 2016 e em 2017, então no Clube Pinheiros.
“Quando mudamos para o Ibirapuera, todo mundo comemorou. E poder jogar em uma quadra coberta é outra vantagem que é muito importante, pois estamos em época de chuvas. No ano passado tivemos de terminar o nosso torneio em uma segunda-feira pela chuva”, disse.
Tavares garantiu que o Ibirapuera recebeu reparos e melhorias nos vestiários dos tenistas para poder abrigar o Brasil Open. “Fizemos o possível para deixar isso aqui um brinco e o torneio será um sucesso. Tivemos de fazer uma série de correções para a estrutura se adequar ao nível internacional de exigência da ATP’’, destacou.