BOM MOMENTO PARA VOLTAR A INVESTIR EM IMÓVEIS
Costuma-se afirmar que no Brasil o ano só se inicia de fato após o carnaval. Se assim for e a se julgar pelas expectativas de empresários e especialistas do mercado imobiliário, 2018 vai realmente sepultar a crise que se abateu sobre o setor nos últimos tempos.
“A procura por imóveis, seja para compra ou aluguel, tem se intensificado desde o final de 2017. Com juros mais baixos e inflação sob controle, é bem provável que o estoque acumulado no período das vacas magras diminua e provoque até um aumento de preços, abrindo espaço para construção e oferta de imóveis novos”, prevê Joaquim Ribeiro, presidente da Fenaci.
A propósito do mercado de locação, Ribeiro lembra que, segundo dados divulgado recentemente, o valor do aluguel de imóveis residenciais em janeiro teve alta de 0,35%, na comparação com o mês anterior. Foi a maior elevação mensal desde fevereiro de 2015, segundo o índice Fipezap, que monitora o preço médio de locação em 15 cidades do país com base em anúncios veiculados via internet. O resultado de janeiro superou a inflação do mesmo período, que foi de 0,29%.
É importante ressaltar ain- da, de acordo com o presidente da Fenaci, que a pesquisa registrou que a rentabilidade dos aluguéis manteve-se nos 4,3% durante o ano passado, estabilidade que não ocorria desde 2009. Por esses e outros motivos, para o presidente da Fenaci, mais do que nunca é hora de se voltar a investir no mercado imobiliário.
“Com a economia retomando seu rumo, o mercado imobiliário também voltará aos trilhos do crescimento. E isso é deveras importante, pois há muito a se conquistar no nosso país no setor imobiliário. Sempre é bom lembrar o déficit habitacional de 5,8 milhões de moradias e a relação ínfima que ainda temos do crédito imobiliário frente ao PIB: 9,8%, quando em países desenvolvidos esse índice chega a 80%”, afirma Ribeiro, apontando outros pontos que reafirmam a potencialidade do país.
“O IBGE estima que a cada ano 1,5 milhão de famílias serão formadas até 2030, o que significa demanda elevada e constante por habitação. E, de acordo ainda com IBGE, a população só vai parar de crescer em 2060. O brasileiro tem vocação para a casa própria, pois dos 68 milhões de domicílios existentes no país, 74% são próprios, 18% alugados e 8% cedidos. Sem contar que a valorização dos imóveis pode estacionar, mas nunca regredir, tendo em vista o custo de terrenos, mão de obra e materiais de construção. De 2009 a 2013, por exemplo, no ranking de 54 países divulgado pelo Banco Central, o Brasil figurou no 1º lugar em valorização, com índice de 121,6%. Assim, se não for para morar, o imóvel é sempre um bom negócio, oferecendo, como mostrou a pesquisa Fipezap, um retorno médio anualizado superior a 4% na locação”, conclui o presidente da Fenaci.