Phil Collins promove bailão da saudade em SP
Músico britânico cantou os clássicos do Genesis e de sua carreira solo para 40 mil pessoas na capital paulista
Phil Collins é um gigante. Embora muitos ainda torçam o nariz para isso, ele merece, sim, ser venerado. Motivos não faltam. O que se viu na noite do último sábado, 24, em sua primeira apresentação no Allianz Parque, em São Paulo, foi a performance de um dos maiores músicos do mundo. Alguns cravam que ele esteja no mesmo patamar de Paul McCartney e Eric Clapton, por exemplo. Fato é que Collins, sem a grife dos citados acima, sabe atrair multidões como ninguém.
Com músicas que vão do pop de harmonia fácil ao progressivo psicodélico, que o consagrou no Genesis, sua ex-banda, o talento de Collins é altamente refinado. O refinamento do britânico ecoou pelos quatro cantos do estádio de forma simples e sutil.
Quando Collins abriu o show pontualmente às 21h com Against All Odds (Take A Look At Me Now) e na sequência desfilou a poderosíssima Another Day in Paradise, não houve uma única pessoa que não tenha se emocionado. Havia ali uma multidão de 40 mil pessoas.
Desde 2007, quando lesionou uma das vértebras do pescoço, Collins não consegue se locomover muito bem. Ele, inclusive, usa uma bengala para se deslocar. Com dificuldade para andar, o músico britânico se apresenta sentado.
Collins também perdeu parte da sensibilidade das mãos e por isso não toca mais bateria no show. A missão, entretanto, fica com o filho Nic, de apenas 16 anos. Nic segura as baquetas com a mesma precisão do pai nos tempos áureos de Genesis e, a cada virada mais complexa, demonstra muita segurança.
Quem vê Collins chegando de mansinho no início do show, trajando roupa preta e com a bengala na mão direita, mal sabe que dentro daquele velhinho de aura fofa está um verdadeiro furacão britânico avassalador.
Throwing It All Away e Follow You, Follow Me foram os primeiros hits do Genesis. Enquanto isso, imagens antigas da banda eram exibidas no telão.
O ponto alto do show, no entanto, ficou por conta de In The Air Tonight. A canção que integra Face Value, primeiro disco solo de Collins, de 1981, deu um ar mais soturno à performance.