Partido vê ‘perseguição’ e acusa ‘setores’ da Justiça
A cúpula do PT classificou as buscas da Polícia Federal no apartamento do ex-governador da Bahia Jaques Wagner, em Salvador, como “mais um episódio da campanha de perseguição” contra o partido e acusou abuso de autoridade de “setores” do Judiciário. Wagner era um nome cotado para ser candidato do PT ao Planalto, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa.
“A escalada do arbítrio está diretamente relacionada ao crescimento da pré-candidatura do ex-presidente Lula nas pesquisas, nas manifestações populares, nas caravanas de Lula pelo Brasil”, disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), em nota. “Quanto mais Lula avança, mais tentam nos atingir com mentiras e operações midiáticas.”
No texto, Gleisi chamou de “invasão” as buscas no endereço de Wagner. “A sociedade brasileira está cada vez mais consciente de que setores do sistema judicial abusam da autoridade para tentar criminalizar o PT e até os advogados que defendem nossas lideranças e denunciam a politização do Judiciário”, escreveu ela.
Os líderes das bancadas da legenda na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), também criticaram a atuação da PF.
“A nova ação da Polícia Federal não deixa qualquer dúvida sobre o caráter persecutório e totalmente antirrepublicano do atual processo judicial em curso. Em mais um passo da escalada, evidenciam um planejamento de alvos a serem atingidos sob o falso, argumento do ‘combate à corrupção’. Enquanto processos envolvendo políticos de outros partidos ‘prescrevem’, lideranças do PT são objeto de sistemáticos ataques da parceria jurídica-midiática”, escreveram os dois parlamentares.