O Estado de S. Paulo

Villas-Boas tem sonho de treinar o São Paulo

Treinador português revela no passado que teve contato com o clube tricolor, mas no momento não houve sondagem

- Daniel Batista ENVIADO ESPECIAL / MÔNACO

André Villas-Boas é constantem­ente lembrado no São Paulo quando ocorre mudança ou ameaça de troca de treinador. O português, que já trabalhou no Porto e Chelsea, entre outros, e se aventurou como piloto de rali, conta que seu nome não surgiu em vão. Existiu e ainda existe real possibilid­ade de ele trabalhar no Brasil e o time do Morumbi é a sua prioridade.

“Tive uma conversa com o São Paulo quando eu sai do Chelsea e ficamos muito próximo de um acerto. Fiz algumas reuniões com o Juvenal (Juvêncio, presidente na época), mas as coisas não evoluíram”, contou o treinador, em entrevista ao Estado, em Mônaco, onde irá participar do prêmio Laureus.

O contato foi feito em 2012, após a demissão de Emerson Leão. O acerto só não aconteceu porque dias antes de dar o “sim” ao São Paulo, Villas-Boas recebeu uma proposta milionária do Tottenham e decidiu permanecer na Europa por mais um período. Hoje, ele é amigo do diretor de futebol Raí, mas garante que não há qualquer conversa no momento. “Deixa ele arrumar aquilo lá e no futuro a gente pode ver”, afirmou, mostrando estar ciente das dificuldad­es que o amigo tem no comando do clube.

No fim de novembro, o português deixou o Shanghai SIPG para participar do Rali Dacar, uma aventura abandonada após se acidentar em uma prova. De volta ao futebol, aguarda propostas da Europa, mas sem esquecer do Brasil. “Quero ficar mais uns dois ou três anos na Europa e depois queria tentar algo no Brasil ou no Japão. O São Paulo é a prioridade por ter sido o clube brasileiro que me fez proposta”, explicou. E antes mesmo de chegar, o português já tem reclamaçõe­s sobre a organizaçã­o do futebol no Brasil.

“Eu já falei para alguns dirigentes. O calendário é muito apertado e não permite o desenvolvi­mento. A importânci­a dos Estaduais não deixa que as coisas mudem e 20 equipes na primeira divisão é muita coisa. Talvez, 18 fosse um número melhor”, analisou. “O curioso é que mesmo assim, continuam saindo talentos”, completou.

Fã do compatriot­a José Mourinho, a quem ele diz que revolucion­ou a forma de treinar futebol, através de mais metodologi­a e ciência, Villas-Boas não fica em cima do muro quando o assunto é Copa.

“Creio que a Alemanha é a favorita. Tem um time forte e os jovens que estão chegando também são muito competente­s. Mas vale ressaltar o Brasil, do Tite, que voltou a apresentar um grande futebol”, analisou.

Poliglota, Villas-Boas está sem clube, mas acredita que a partir de abril já começam a surgir propostas, pois os Europeus começam a pensar no planejamen­to da próxima temporada. Uma coisa é certa: ele não volta para a China.

O português acredita que questões políticas estão atrapalhan­do o andamento do futebol chinês. “Mudaram o regulament­o no meio do campeonato, diminuindo o espaço para os estrangeir­os e obrigando a utilizar mais garotos, que claramente não estão preparados. O nível técnico do campeonato tende a cair”, protestou.

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Amizade. Villas-Boas tem falado com Raí

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