O Estado de S. Paulo

Rodovia da Soja

‘Estado’ percorre trecho de mil km da BR-163

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Há um ano, imagens de caminhões atolados na BR-163 rodaram o País e chamaram a atenção para o estado lastimável da estrada. Conhecida como Rodovia da Soja, a estrada é uma das principais vias de escoamento do produto de Mato Grosso para os portos da Região Norte. Na época, o governo federal mobilizou o Exército para o socorro de veículos e prometeu manter os militares em obras de recuperaçã­o da rodovia, com o asfaltamen­to do trecho até o terminal paraense.

Em janeiro deste ano, porém, o próprio ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, produtor rural em Mato Grosso e cuja empresa da família, a Amaggi, utiliza a infraestru­tura local para o escoamento dos produtos agrícolas, reclamou publicamen­te que a situação da BR-163 ainda é crítica.

A reportagem do Estadão/Broadcast vai percorrer, durante esta semana, os mil quilômetro­s da BR-163, entre o município de Sinop, no norte de Mato Grosso, e o terminal de Miritituba, em Itaituba (PA), considerad­os os mais críticos dessa rodovia federal. Apesar de parte da rodovia já ter sido concedida para iniciativa privada, esse trecho, ainda está nas mãos do governo. Ao longo da semana, os leitores poderão acompanhar no portal estadao.com.br os vídeos produzidos pela reportagem.

O trecho percorrido pelo repórter Gustavo Porto e o repórter-fotográfic­o Daniel Teixeira é o maior dessa rodovia federal. Ontem, no primeiro dia de viagem, eles constatara­m os contrastes da rodovia. Nos primeiros 430 quilômetro­s, encontrara­m uma estrada bem conservada, com poucos buracos e obras de manutenção nos trechos críticos. Nos 151 quilômetro­s seguintes, uma estrada abandonada, com valetas e uma disputa entre carros e caminhões, a maioria, pelos poucos espaços onde o asfalto ainda é transitáve­l.

As obras na BR-163 se resumem a algumas pontes em estágio inicial de construção ou ainda algumas operações de recapeamen­to pontuais. Os primeiros sinais de problemas na rodovia estão a 150 quilômetro­s de Sinop, em Terra Nova do Norte (MT), e mais adiante, em Guarantã do Norte (MT), onde caminhões transitam pela contramão para fugirem de grandes buracos.

Na divisa entre Mato Grosso e Pará o cenário fica caótico. Não existe mão ou contramão. A ordem é fugir dos buracos gigantesco­s no asfalto da rodovia abandonada.

 ?? DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO ?? Caos na estrada. Caminhões fogem dos buracos e até transitam na contramão na BR-163
DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO Caos na estrada. Caminhões fogem dos buracos e até transitam na contramão na BR-163

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