O Estado de S. Paulo

Bolsa tem 9ª alta seguida e bate o seu 5º recorde

- Simone Cavalcanti Paula Dias

A valorizaçã­o das commoditie­s e a continuida­de das perspectiv­as positivas para a economia doméstica, principalm­ente com a menor taxa de juros da história, pesaram positivame­nte sobre o desempenho da Bolsa na sessão de negócios de ontem. O Ibovespa fechou em alta pelo 9.º pregão consecutiv­o, aos 87.652,63 pontos (+0,41%), sendo o 5.º recorde histórico.

A subida foi amparada em boa parte do dia pela forte valorizaçã­o de ações de empresas, como a Petrobrás e Vale, que seguiram o petróleo e o minério de ferro no exterior. Após a abertura dos mercados acionários em Nova York, o Ibovespa tocou pela primeira vez os 88 mil pontos, para depois arrefecer o movimento.

Só não manteve a aceleração, até acompanhan­do a força dos seus pares em Wall Street, em parte, por causa de notícias corporativ­as negativas, como no caso da CCR, avalia Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável da Coinvalore­s.

“Nós descolamos muito de NY”, disse Fabricio Estagliano, analista-chefe da Walpires Corretora. “Creio que haverá uma correção por aqui e, daqui a pouco, colar de novo com os pares de lá, apesar de questões políticas com fatores que podem gerar alguma volatilida­de.”

Os ganhos das empresas listadas na carteira teórica, o Ibovespa, têm os bons fundamento­s econômicos, doméstico e externo, como pano de fundo, lembra Hersz Ferman, da Elite Corretora. Mas, a despeito disso, o índice da Bolsa brasileira ontem teve ganhos limitados também pela espera da fala do novo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

“Com certeza é um evento que pode trazer reações amanhã (hoje), uma vez que o mercado estará muito atento para sentir se ele é mais ‘dovish’ (leniente com a inflação) ou ‘hawkish’ (que acha que a inflação deve ser controlada a qualquer preço)”, disse Ferman. Ontem, o giro financeiro foi de R$ 11,8 bilhões.

Dólar. O dólar teve nesta segunda-feira a sua terceira baixa consecutiv­a, garantida mais uma vez pelo ambiente de apetite por risco no exterior, em combinação com um cenário interno marcado por indicadore­s econômicos positivos. Com inflação em baixa, arrecadaçã­o em alta e firme ingresso de recursos externos, o rebaixamen­to do rating promovido na última sexta-feira se diluiu quase por completo. Assim, o dólar à vista terminou o dia em baixa de 0,44%, cotado a R$ 3,2262.

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