‘O tempo tem revoltas absurdas’
Tenho tanta coisa para escrever esta semana que não pude escolher, então colocarei em blocos.
Bom sinal, não? Dizem que em tempos difíceis temos muita arte para dar conta do que estamos vivendo. Não é tão bom sinal, né? Mas nas atuais circunstâncias, sim, é o que temos, então vamos lá:
Hoje, terça, dia 27, tem capa de disco, lançamento de outro, um show lotado e um projeto que no meio do que o Rio de Janeiro está passando colocou pessoas em um teatro para pensar a música e o nosso futuro, ou melhor, o nosso presente, que já está difícil de dar conta.
RUBEL
Na semana passada foi lançada a primeira música do novo disco do cantor e compositor carioca de 26 anos Rubel, a música Chiste com participação do Rincon Sapiência. O disco foi contemplado pelo edital Natura Musical e se chama Casas. Aqui, em primeira mão, a capa do novo trabalho, o segundo da carreira dele, que sai no dia 2 de março.
TAURINA
A cantora e compositora Anelis Assumpção (foto) lançou na sexta-feira, dia 23, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o disco Taurina – cantou mais bonito do que jamais tinha visto e que banda! Nem parecia primeiro show. Aqui em São Paulo, a data de estreia é 16 de março, uma sexta-feira, no Sesc Pinheiros. Já anota para não perder!
NO MUNDO
Na semana passada, a cantora e compositora baiana Luedji Luna lotou a casa (lotou mesmo – de deixar muuuuuita gente para fora numa terça-feira de madrugada) no seu show no Mundo Pensante, que é uma casa de shows em São Paulo, que muito tem contribuído para a formação de público – ainda mais com este projeto chamado Terça Open. Tenho chamado Luedji de meu monotema, tamanho meu encantamento por essa artista. Voz, discurso, canção, presença, banda – tudo ali! Se você ainda não ouviu ou viu, procure saber.
TRANSVERSAIS
Estive no Rio para mediar shows/encontros na Caixa Cultural em um projeto chamado Transversais do Tempo, idealizado pelo músico e cantor Pedro Sá Moraes, com curadoria de Thiago de Mello e Marcos Lacerda. Durante quatro noites, estivemos no centro do Rio de Janeiro falando de arte, de música, de Brasil, de hoje! Foi um alívio e me deu aquela tal de esperança estar reunida com Passo Torto, Iléssi, Pedro Sá Moraes, Dexter, Iara Rennó, Makely Ka, Kristoff Silva e Zé Miguel Wisnik. Como resistir à brutalidade que estamos passando com a suavidade da canção? Com a porrada da obra de arte? Falar de arte é falar do mundo; e se nos momentos de caos há mais criação cá estamos nós: no meio do furacão