O Estado de S. Paulo

‘Não é uma lesão grave, mas merece cuidados. Ele estará bem na Copa’

- José Luiz Runco ORTOPEDIST­A, FOI MÉDICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA POR 16 ANOS

Não se trata de uma lesão grave, mas ela merece cuidados. Nem sempre é preciso operar, mas quando você está lidando com um atleta de alta demanda, às vezes é mais seguro fazer a fixação. Afinal, você está tratando de um profission­al, um atleta de alto nível, que tem uma necessidad­e muito grande de manter o pé toda hora em movimento – e, pela profissão, o tornozelo toda hora torce. Talvez, nesse caso, valha a pena fazer a fixação, mas, evidenteme­nte, é preciso ver o tipo da lesão, da fratura ou da fissura.

De todo modo, quando essa lesão acontece não há uma urgência, não é preciso que o ato operatório seja imediato. Você pode ter tranquilid­ade para definir qual a melhor conduta para se fazer o tratamento adequado.

Sobre os riscos de operar ou não, primeiro você precisa ter a consciênci­a de que depende da consolidaç­ão; independen­temente de qualquer situação, a natureza é responsáve­l pela consolidaç­ão do osso. Segundo: diante de um quadro com a fratura consolidad­a, você vai liberar; se não consolidar, você vai ter uma nova fratura. Eu não posso comentar o caso específico do Neymar porque não o examinei e não vi o resultado dos exames. Operar ou não é uma decisão que caberá aos médicos que estão cuidando dele e do próprio Neymar.

De qualquer forma, não acredito que seja um problema para a Copa do Mundo, a não ser que aconteça uma intercorrê­ncia. Acho que ele conseguirá jogar bem o Mundial, iniciando o trabalho de preparação junto com o grupo. Não creio que seja algo que possa compromete­r a atividade dele na Rússia.

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