O Estado de S. Paulo

Mentor de estupro coletivo no PI pega 100 anos de prisão

Com quatro adolescent­es, Adão de Sousa, de 43 anos, capturou e violentou quatro garotas em Castelo do Piauí, em maio de 2015

- Juarez Oliveira ESPECIAL PARA O ESTADO TERESINA

Quase três anos depois do estupro coletivo de quatro garotas em Castelo do Piauí, a Justiça condenou ontem Adão José de Sousa, de 43 anos, a 100 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Apontado como mentor do crime, Sousa agiu com quatro adolescent­es que tinham na época entre 15 e 17 anos. O crime, que teve grande repercussã­o no País, aconteceu em 27 de maio de 2015 no município localizado a 194 quilômetro­s da capital, Teresina.

O Ministério Público pediu que a Justiça condenasse Sousa a 151 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de estupro qualificad­o, homicídio qualificad­o, tentativa de homicídio, associação criminosa, corrupção de menores e porte ilegal de arma. Durante o julgamento, as três vítimas que sobreviver­am foram ouvidas.

A defesa de Sousa, feita pela Defensoria Pública, alegou que o acusado não estava em Castelo do Piauí no dia do crime e deverá recorrer da decisão do Tribunal do Júri. O condenado havia dado o mesmo argumento para a polícia. Na época, relatou que havia fugido para um local a cerca de 100 quilômetro­s de distância de Castelo do Piauí após ter assaltado um posto de combustíve­l e baleado a gerente, crime pelo qual já foi julgado e também condenado.

A defesa foi derrubada por um dos menores envolvidos, que, em depoimento à polícia, confirmou a participaç­ão do homem e narrou detalhes.

O caso mobilizou a pequena cidade, que tem cerca de 19 mil habitantes. Temendo que a população tentasse linchar o réu, a Polícia Militar reforçou a segurança ao redor do fórum.

Ponto turístico. Sousa e os quatro adolescent­es foram acusados de terem capturado e estuprado quatro garotas que tiravam fotos no Morro do Garrote, ponto turístico de Castelo do Piauí. Depois de serem violentada­s, elas foram empurradas de um penhasco de cerca de 10 metros de altura.

As garotas foram socorridas por moradores e atendidas em um centro local. Diante da gravidade dos ferimentos, foram transferid­as para o Hospital de Urgência de Teresina. Elas tiveram lesões como traumatism­o craniano e esmagament­o de face. Uma das vítimas, de 17 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu dias depois do crime.

Laudo do exame de DNA das vítimas confirmou a participaç­ão de Sousa e de dois menores no estupro. A investigaç­ão, conduzida pelo delegado regional de Campo Maior, Laércio Evangelist­a, apontou que os outros dois menores apreendido­s não haviam participad­o da violência sexual, mas se envolveram em outras formas de agressão.

Os suspeitos foram capturados menos de 24 horas após o crime. Revoltada, a população cercou a delegacia e ameaçou agredir Sousa. Os quatro adolescent­es foram apreendido­s e passaram pelos Centros de Internação Provisória (Ceip) e Educaciona­l Masculino (CEM). Um deles foi morto por internos.

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THEO MARQUES/FRAMEPHOTO Recurso. Como ainda pode recorrer em segunda instância, Carli Filho não será preso agora
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