O Estado de S. Paulo

‘É um erro, mas não consigo falar com meu pai todo dia’

- /G.Jr.

O técnico Jair Ventura e seu pai, o ex-jogador Jairzinho, um dos destaques da conquista da Copa de 1970, falam sobre todos os assuntos. Menos futebol. Esse foi o trato que fizeram em 2016, quando o filho foi efetivado como treinador do Botafogo. “Falamos do PIB, do Trump, do tempo, mas nada de futebol”, conta Jair.

O acordo foi a forma que encontrara­m para aproveitar melhor os poucos momentos que passam juntos. “É um erro, mas não consigo falar com meu pai e minha mãe todos os dias. É minha família, as pessoas que fizeram com que eu chegasse até aqui, mas a correria diária impede um contato mais próximo.”

Os dois já trabalhara­m juntos. Foi em 2004 no Mesquita, time da segunda divisão carioca. Jair jogava e o pai era o treinador. Foi um período curto, pois Jair teve seguidas contusões, passou quase toda a temporada no departamen­to médico, e atuou apenas em uma partida.

Depois de encerrar a carreira de jogador, Ventura foi auxiliar e técnico do Botafogo, clube onde pai fez história como jogador. Foram 186 gols em 413 jogos com inúmeros títulos, entre eles, o Campeonato Brasileiro de 1968. “Ele é hoje, dentro do futebol brasileiro, um dos melhores treinadore­s, e foi reconhecid­o pelo Santos depois do grande trabalho no Botafogo”, analisa Jairzinho, aos 73 anos.

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