Vale deve fazer oferta para saída de fundos de pensão
AVale deve realizar uma oferta subsequente (follow on) para a venda de parte da fatia que o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, detém na empresa. O movimento é possível neste momento após o fim do período de bloqueio para a venda das ações, o chamado lock up. Os bancos que formarão o sindicato para estruturar a oferta ainda serão selecionados. Os demais grandes acionistas da maior fabricante de minério de ferro do mundo – Bradesco, Mitsui e o braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDESPar – não programam vender seus papéis neste momento.
» Na onda. Outras fundações que têm ações da empresa - Petros, Funcef e Cesp - também devem aproveitar para realizar a venda, juntamente com a Previ. Esse grupo possui quase 20% do capital da Vale, sendo que a maior fatia é justamente da fundação dos funcionários do BB. O novo acordo de acionistas da companhia prevê que a mineradora se transforme em uma “corporation”, ou seja, uma empresa sem controle definido. Procurada, a Previ não comentou. Já a Vale negou “veementemente” que prepara a operação.
» Baixa demanda. O ensino superior brasileiro viu um crescimento acelerado da sua ociosidade nos últimos anos. Desde 2014, ano do auge do programa de financiamento do governo federal, o Fies, a proporção de vagas desocupadas aumentou 12%, conforme cálculos do Quero Bolsa. Dados do último Censo, de 2016, mostram que as carteiras vazias chegaram a 52,9% do total.
» Sem gás. Não só o enxugamento do Fies fez sobrarem salas vazias no ensino superior. O estudo do Quero Bolsa mostra que cursos na área de Petróleo e Gás e Engenharia de Petróleo lideram o ranking da ociosidade, com o porcentual de vagas não preenchidas chegando a 96% e 85%, respectivamente. A crise na Petrobras e na OGX justifica o menor interesse dos alunos pelo setor, diz o levantamento.
» Recorde. As operações de crédito lastreadas em duplicatas, incluindo estruturas como Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), atingiram o patamar recorde de R$ 664 bilhões em 2017, 37,5% acima do registrado no ano anterior. O levantamento é da Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC), que faz a verificação e gestão de duplicatas. Somente o crédito tomado por meio de FIDC e factorings somou R$ 300 bilhões no ano passado.
» Concentração. A maior parte do crescimento é resultado de operações de grandes empresas, que oferecem menor risco às instituições. Na plataforma da CRDC, que inclui pequenas e médias empresas, o volume das operações de crédito lastreado em duplicata subiu 87% em 12 meses e chegou a R$ 10 bilhões no fim de 2017.
» A morte lhe cai bem. A gestora Zion Capital, que já possui participação em várias empresas do segmento de serviços funerários (death care), adquiriu 40% do Grupo Cortel, que atua na implantação e administração de cemitérios e crematórios no Rio Grande do Sul. Com esta operação, os sócios da Zion pretendem consolidar as várias participações que possuem, incluindo aquelas por meio do fundo CARE11, em uma única empresa e levá-la à Bolsa em até dois anos.
» Expansão. A gestora, fundada por Vicente Conte, com passagem por Credit Suisse e Itaú BBA, está há anos de olho nesse setor e acredita que com essa nova participação já tem um negócio robusto para ser listado. Mas prossegue buscando expansão e já negocia outras aquisições, como o cemitério de Florianópolis. O fundo CARE11, com patrimônio de R$ 160 milhões e listado na Bovespa, tem participações em cemitérios e crematórios em Londrina, Goiânia, São José do Rio Preto e Belo Horizonte.
» Em busca do aval. Cerca de 35% das operações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) passam pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Levantamento realizado pelo escritório Cescon Barrieu aponta que no ano passado o órgão julgou 379 atos de concentração, sendo que 13 foram para o Tribunal. Desse total, 356 foram aprovadas sem restrições, cinco com restrições e três foram reprovadas.