O Estado de S. Paulo

Embraer espera definir negócio com Boeing no 1º semestre

Segundo o presidente da empresa, embora um eventual acordo seja complexo, o mercado demanda resposta rápida

- Letícia Fucuchima SÃO JOSÉ DOS CAMPOS /B.C. / COLABORARA­M WAGNER GOMES E MÁRCIO RODRIGUES

O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, espera ter uma definição sobre um eventual negócio com a Boeing ainda neste semestre. Em evento na sede da empresa, em São José dos Campos (SP), o executivo afirmou que, embora esse seja um acordo complexo, o mercado demanda uma resposta rápida e precisa ter claro se haverá ou não parceria. Desse modo, as negociaçõe­s com a fabricante americana não deveriam se alongar por muito mais tempo, afirmou. “Mas não há uma data específica.”

Ainda de acordo com o executivo, a saída de Raul Julgmann da pasta da Defesa não afeta negativame­nte as negociaçõe­s. “O grupo técnico e o governo estão bem focados em realmente achar uma solução, em analisar. Eu acho que não vamos perder em nada com a saída do ministro, que estava realmente liderando, mas não quer dizer que o novo entrante não possa liderar da mesma forma.” Silva ainda não conversou com o novo ministro, e disse não saber sua posição em relação à possível combinação com a Boeing.

O presidente da Embraer reafirmou que ainda não existe estrutura definida para esse eventual acordo, e salientou que não há motivo para preocupaçã­o com demissões e enxugament­o de operações no Brasil. “O projeto é justamente o contrário, para tornar a Embraer maior”, destaca Silva, acrescenta­ndo que a parceria resultaria na “maior empresa aeroespaci­al do mundo”.

Barreira. Segundo apurou o Broadcast/ Estadão, o principal desafio para a conclusão do negócio é encontrar alternativ­a que atenda às preocupaçõ­es do governo sobre a área de defesa e que possa garantir o poder decisório da União em assuntos de segurança nacional.

As ações da companhia encerraram em baixa de 4,73%, a R$ 21,76. Os investidor­es repercutir­am a informação veiculada na imprensa de que o novo ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, é um dos principais adversário­s da negociação da companhia com a Boeing.

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ROOSEVELT CASSIO/ REUTERS Em aberto. Ainda não há estrutura definida, diz Souza e Silva

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