‘Timing’ perdido
Embora a reforma da Previdência Social seja fundamental para o avanço econômico do País, é desalentador constatar a dificuldade que foi convencer parlamentares a se engajarem nessa causa, que faria o Brasil dar um salto qualitativo dos pontos de vista político e econômico. Com certeza, o País seria visto com outros olhos. Mas a resistência foi visceral, como se direitos fossem retirados dos trabalhadores, em vez de garantir sua aposentadoria no futuro. E não foi por falta de explicações, de publicidade mostrando as vantagens que adviriam da reforma. Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez corpo mole. E o que dizer, então, do PSDB, que se negou a apoiar algo que já foi uma de suas bandeiras? E das fake news divulgadas maldosamente pelos que temem perder privilégios inconcebíveis ou pelos que desejam o quanto pior, melhor? O presidente Michel Temer fez o que pôde. Quando se deram conta de que seria muito mais grave a reforma não passar na Câmara, Temer e seus aliados já haviam desistido. Perceberam que o timing fora perdido, infelizmente, sobretudo graças às flechadas do ex-procuradorgeral da República Rodrigo Janot e à resistência intransponível do Judiciário e de servidores públicos de modo geral. Afinal, nem tudo é possível para um presidente realizar. Não se nada contra a correnteza e tudo tem seu tempo. Quem sabe o próximo presidente, eleito pelo povo, consiga avançar nesse pantanoso terreno. Mas de uma coisa Temer poderá orgulhar-se: apesar de tanta impopularidade e incompreensão, fez reformas importantes e tirou o Brasil da maior crise de sua História, deixada por essa irresponsável esquerda autoritária que só pensa em se dar bem, fazendo contra o povo tudo o que jura que são os outros que fazem, e por uma extrema direita incapaz de entender o alcance dessa reforma. ELIANA FRANÇA LEME efleme@gmail.com Campinas