Não é bem assim
Em sessão realizada na quintafeira, o STF manteve a decisão que considerou válida a aplicação da Lei da Ficha Limpa para políticos condenados antes de 2010 e rejeitou a proposta de modulação dos efeitos apresentada pelo ministro Ricardo Lewandowski para, segundo ele, evitar que a lei alcançasse “o mandato de 24 prefeitos, 1,5 milhão de votos, um número incontável de vereadores e deputados estaduais”, o que implicaria “fazer eleições suplementares em momento de crise, em que o orçamento da Justiça Eleitoral como um todo está reduzido”. Muitos festejariam Lewandowski como exemplo de agente público preocupado com a saúde do erário. Mas não é bem assim. O mesmo Lewandowski, acredite quem quiser, na véspera do encerramento do ano judiciário de 2017 abandonou a licença médica que o mantinha afastado do serviço para conceder liminar suspendendo a Medida Provisória 805/2017, que adiava o reajuste dos servidores públicos federais e aumentava a contribuição social, o que propiciaria uma economia anual de cerca de R$ 7 bilhões aos cofres do governo. Ou seja, para Lewandowski, barrar ficha-suja custa caro, mas aumentar salário de servidor público ao custo de alguns bilhões, nem tanto. Afinal, quem paga a conta é a população brasileira. E esta não tem voz para reclamar.
SERGIO RIDEL sergiosridel@yahoo.com.br
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