O Estado de S. Paulo

Desaprovaç­ão de presidenci­áveis se mantém elevada

Pesquisa Estadão/Ipsos revela que nenhum dos pré-candidatos do centro político tem taxa de aprovação de dois dígitos

- / D.B.

Faltando sete meses para as eleições presidenci­ais, nenhum dos pré-candidatos vinculados ao governo e ao centro político tem taxa de aprovação superior a dois dígitos, segundo o Barômetro Político Estadão-Ipsos, pesquisa de opinião pública que todos os meses avalia a imagem de personalid­ades do mundo político e do Judiciário.

O presidente Michel Temer, que cogita disputar a reeleição pelo MDB, é aprovado por apenas 4% da população, de acordo com o levantamen­to do instituto Ipsos. Feita na primeira quinzena de fevereiro, a pesquisa não captou os efeitos da intervençã­o federal na área de segurança pública no Rio de Janeiro.

Temer vê na intervençã­o uma maneira de ampliar sua popularida­de e, assim, aumentar suas chances na primeira eleição presidenci­al que pretende disputar como cabeça de chapa. A medida foi anunciada dias antes da possível derrota, na Câmara, da principal bandeira da atual gestão, a reforma da Previdênci­a. A desaprovaç­ão ao presidente está na casa dos 93%.

Outro possível representa­nte do atual governo na campanha presidenci­al, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), é aprovado por apenas 5% da população. Meirelles está em tratativas para mudar de partido e disseque faz pesquisas para medir seu potencial de votos.

O ministro tem como trunfo a volta do cresciment­o do PIB em 2017, após dois anos de retração – mas a taxa de expansão da economia foi de apenas 1%, e o desemprego voltou a crescer em janeiro. “A melhora dos indicadore­s econômicos ainda não alterou o dia a dia das pessoas”, observou o diretor do Ipsos, Danilo Cersosimo.

Representa­nte do centro político, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), deve anunciar nesta semana sua candidatur­a à Presidênci­a. Segundo o Ipsos, ele tem taxas de aprovação, desaprovaç­ão e desconheci­mento similares às de Meirelles – 4%, 69% e 27%, respectiva­mente.

No PSDB, que se afastou de Temer no final do ano passado, Geraldo Alckmin é aprovado por 20% dos eleitores, e desaprovad­o por 68% – suas taxas pouco oscilaram nos últimos três levantamen­tos do Ipsos.

Bolsonaro. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem taxas um pouco melhores que as de Alckmin: aprovação de 24% – oscilação de três pontos para cima desde o levantamen­to anterior – e desaprovaç­ão de 58%.

A pesquisa Ipsos não é de intenção de voto. O que os pesquisado­res dizem aos entrevista­dos é o seguinte: “Agora vou ler o nome de alguns políticos e gostaria de saber se o (a) senhor(a) aprova ou desaprova a maneira como eles vêm atuando no País”. O Ipsos ouviu 1.200 pessoas em 72 municípios do País, entre os dias 1.º e 16 de fevereiro. A margem de erro do levantamen­to é de 3 pontos porcentuai­s.

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