Walmart se rende a Sheryl Crow
Ninguém sabia ainda o destino trágico que teriam Columbine, Sandy Hook, Virginia Tech, Newtown ou Parkland – e Sheryl Crow já cantava, em Love is a good thing, sobre as crianças que se matavam “com a arma que compraram nas lojas baratas do Walmart”. Pois só na semana passada o Walmart, a exemplo de outros varejistas, restringiu a venda de armas a maiores de 21 anos.
Empresas como Hertz e Delta cancelaram programas de descontos e relações que mantinham com a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o lobby das armas nos EUA. É incerto o efeito que as restrições à venda de armas têm nos índices de violência. Mas é certo que a opinião pública nunca foi tão favorável a medidas de controle.
Mais de 80% concordam com o veto da venda a menores de 21, segundo uma pesquisa da Morning Consult para o site Politico. Proibição a quem tenha histórico de problemas mentais, ex-criminosos e verificação de antecedentes alcançam quase 90% de apoio. A proporção de partidários do controle de armas beira os 70%. Mesmo entre republicanos, o apoio às restrições cresceu de 37%, em 2016, para 53%.
O presidente Donald Trump, eleito com apoio da NRA, se afastou da posição republicana, contrária a qualquer controle. Até a New Yorker, publicação que só critica Trump, aprovou a guinada. A mudança cultural e a reação das corporações poderá ter mais efeito na violência que qualquer lei ou decisão da Justiça.