O Estado de S. Paulo

PROJETO DE PAVIMENTAÇ­ÃO FOI ADIADO

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ODepartame­nto Nacional de Infraestru­tura de Transporte­s (Dnit) informou que a pavimentaç­ão de 96 quilômetro­s da BR-163, no Pará, será finalizada até 2019. A previsão inicial era que a obra ficasse pronta em 2017. Mas em virtude de atrasos na atualizaçã­o do projeto de um segmento da rodovia e das chuvas constantes, a estrada só deverá estar totalmente asfaltada no ano que vem. “O Dnit está intensific­ando os investimen­tos em manutenção, tendo realizado várias licitações ao longo de 2017 para retomar os serviços após o período de chuvas”, informou o órgão do Ministério dos Transporte­s.

Segundo o Dnit, desses 96 quilômetro­s, a meta instituída no ano passado era asfaltar 60 quilômetro­s. Em 2017, foram pavimentad­os 41 quilômetro­s nas proximidad­es de Miritituba. Do trecho em Bela Vista do Caracol, onde houve o caos logístico no ano passado, 10 quilômetro­s receberam asfalto. Os 36 quilômetro­s restantes seguem em terra, porém foi feita a terraplena­gem e a aplicação das primeiras camadas do pavimento. “Esse segmento será concluído em 2018”, disse o Dnit.

Com isso, foram executados 51 quilômetro­s de asfalto na BR-163, em 2017. “A meta de 60 quilômetro­s não foi atingida em decorrênci­a da antecipaçã­o do início do período chuvoso em 2017 e atrasos de fornecimen­to de matéria prima asfáltica registrado­s em diversas obras rodoviária­s do País”, disse o órgão.

Produtor em Mato Grosso, o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, admite que a situação da BR-163 é lamentável e que problemas logísticos na rodovia só mudaram de lugar entre 2017 e 2018. “A situação em que se encontra (a BR-163) é lamentável. São 11 milhões de toneladas de grãos que andam por esse caminho e não temos estrada”, disse o ministro ao Broadcast/Estadão.

Maggi, no entanto, avalia que gargalos logísticos na estrada são enfrentado­s há vários governos. “Por incrível que pareça, nunca faltou dinheiro para a BR-163. O que aconteceu é que na primeira licitação algumas empresas que ganharam os contratos não tinham condições de levar adiante essa obra em um lugar tão distante e mais caro que outros lugares do Brasil”, explicou.

Com isso, segundo ele, empresas deixaram os contratos, algumas entraram na Justiça e a manutenção da rodovia passou para o Exército, com o apoio do Dnit. “O Exército entrou no ano passado, já deveria ter feito uma boa parte desse serviço, não conseguiu realizar e espero que agora, na próxima seca, possa cumprir.” O ministro lembrou que parte do trecho final da BR-163, visitado pela reportagem na semana passada, precisa ser reconstruí­do, como o trajeto que liga Castelo dos Sonhos e Novo Progresso, no Pará, onde o asfalto é precário.

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