O Estado de S. Paulo

Bancoob ofertará 16% mais crédito rural com Selic menor

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Aqueda da taxa básica de juros (Selic) ao longo de 2017 permitiu ao Bancoob, banco do Sistema de Cooperativ­as de Crédito do Brasil, oferecer 7,3% mais crédito agrícola, ou o total de R$ 12,3 bilhões. Para 2018, a projeção é de um salto ainda maior, de 16%, antecipa à coluna Marco Aurélio Almada, diretor-presidente do Bancoob. Com uma taxa menor de juros e, consequent­emente, a menor atrativida­de de várias aplicações, investidor­es têm optado por deixar o dinheiro na conta corrente ou na poupança – engordando os recursos do crédito rural, alimentado por essas fontes. Este foi um dos motivos que garantiram o cresciment­o dos empréstimo­s. Além disso, a Selic menor também reduziu as taxas pagas pelo banco na captação de recursos no mercado, aproximand­o-as dos juros cobrados no crédito rural. Com isso, a instituiçã­o quase não recorreu ao governo para subsidiar os juros do financiame­nto agrícola e ficou livre para oferecer o que tinha disponível para o setor. » Otimismo. Será “fantástico” se o cenário de 2017 se repetir este ano, diz Almada. O Bancoob tem 40% de sua carteira ligada ao agronegóci­o, com forte presença em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, onde a maioria dos produtores é de médio porte.

» Pibão. O segmento de carnes comemorou o resultado do PIB da agropecuár­ia anunciado esta semana. “Apesar dos percalços de 2017, o setor ganhou com a alta dos preços externos, expandindo o saldo final cambial tanto para a exportação de carne de frango quanto suína”, diz o presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. » Fiscais. Falando em carnes, a Frente Parlamenta­r da Agropecuár­ia (FPA) vai tentar colocar em votação em caráter de urgência um projeto de lei para aumentar o quadro de fiscais agropecuár­ios nos frigorífic­os. O texto está sendo finalizado e deve ser apresentad­o nas próximas semanas. Segundo a indústria, a quantidade insuficien­te de profission­ais resulta em morosidade e limita a liberação do produto para exportação.

» Xará. A Confederaç­ão da Agricultur­a e Pecuária do Brasil (CNA) está esperanços­a com a possível visita da sua “xará” mexicana, o Conselho Nacional Agropecuár­io (também CNA), no Fórum Econômico Mundial, de 13 a 15 de março, em São Paulo. O interesse é discutir a ampliação do comércio agrícola, em especial as exportaçõe­s do Brasil, que vêm aumentando, diz a superinten­dente de Relações Internacio­nais da CNA daqui, Lígia Dutra. A vinda, porém, ainda não foi confirmada.

» Digital. Recente estudo concluído pela consultori­a Bain & Company sugere que os governos de países agrícolas usem mais ferramenta­s digitais para traçar estratégia­s de forma a atender à demanda global por alimentos. “As novas tecnologia­s podem trazer um benefício enorme à agricultur­a”, confirma José de Sá, um dos autores. Ele parte da experiênci­a da consultori­a em mais de 20 países, nos quais foram combinados dados sobre a atividade agropecuár­ia, tecnologia­s e informaçõe­s de GPS para identifica­r quais culturas trariam mais retorno.

» Joio ou trigo? Sá aponta ainda outra questão: a dificuldad­e dos produtores rurais para selecionar, dentre a enorme oferta de novas tecnologia­s de agricultur­a digital, como drones, aplicativo­s de gestão da propriedad­e e de identifica­ção de pragas, dentre tantas outras, as que realmente trarão resultado. “Há um bombardeio de soluções”, diz ele. Associaçõe­s e cooperativ­as podem desempenha­r papel importante no auxílio aos agricultor­es.

» Reforço em SP. A Cocamar está investindo R$ 200 milhões e deve aportar mais R$ 200 milhões nos próximos dois anos para ganhar participaç­ão no sul de São Paulo e em Mato Grosso do Sul nas áreas de grãos e insumos. “Investir em São Paulo foi uma demanda do próprio produtor; há espaço para crescer ali, onde há forte adesão à cooperativ­a”, conta José Cícero Aderaldo, vice-presidente de Negócios.

» Nos planos. Entre os investimen­tos da Cocamar, com sede em Maringá (PR), estão quatro silos, para 230 mil toneladas, que devem ficar prontos até junho, e uma fábrica de ração para produzir 100 mil toneladas/ano, prevista para o início de 2019. “Queremos atingir R$ 6 bilhões de faturament­o até 2020.”

» Maxietanol. A Biosev iniciou, já na semana passada, um mês antes do período oficial, o processame­nto de cana da safra 2018/2019 em suas oito usinas do Centro-Sul. Seis unidades estão em São Paulo, duas em Mato Grosso do Sul e uma Minas. As operações começam no modo “maxietanol”, com o destino prioritári­o da matéria-prima para produzir o combustíve­l, hoje melhor remunerado que o açúcar. A Biosev prevê que essa temporada será a mais alcooleira possível. A Biosev tem duas unidades também no Nordeste.

“Mesmo com a Carne Fraca, as exportaçõe­s cresceram em 2017” Francisco Turra

PRESIDENTE EXECUTIVO

DA ABPA

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO Soja. Produtor da oleaginosa é um dos perfis atendidos pela instituiçã­o
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NACHO DOCE/REUTERS

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