O Estado de S. Paulo

Participaç­ão feminina ainda é baixa na política

Em lista com 190 países por representa­ção por gênero, Brasil aparece na 152ª posição; de 513 deputados federais, apenas 54 são mulheres

- Roberta Pennafort / RIO

De um total de 190 países, o Brasil ocupa a 152.ª posição no ranking de representa­tividade feminina na Câmara dos Deputados. São apenas 54 mulheres para um total de 513 parlamenta­res (10,5%). O dado faz parte da pesquisa “Estatístic­as de gênero – Indicadore­s sociais das mulheres no Brasil”, divulgada ontem pelo IBGE.

Para chegar à comparação, o IBGE considerou compilação feita pelo organismo internacio­nal União Interparla­mentar. À frente do Brasil, estão países de diferentes perfis econômicos e sociais, como Ruanda (61,3%) – o primeira da lista –,Cuba (48,9%), Nicarágua (45,7%), Suécia (43,6%), Argentina (38,1%) e EUA (19,4%).

O País tem cotas para mulheres nas candidatur­as. De acordo com a atual legislação, “cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidatur­as de cada sexo”. Mas não há tanto apoio financeiro às candidatas femininas, então poucas se elegem, avalia o IBGE.

A pesquisa, divulgada na véspera do Dia Internacio­nal da Mulher, mostra uma situação também desigual em outros campos da atividade profission­al. O porcentual de profission­ais do sexo feminino que ocupam cargos gerenciais no País é de 37,8%; este número cai para 34,5% no caso de trabalhado­ras pretas e pardas.

As mulheres ganham em média três quartos do salário dos homens, se ocupam mais de trabalhos com carga horária parcial e têm trabalhos por conta própria, uma vez que são sobrecarre­gadas por serviços domésticos e cuidados com filhos e idosos – a dedicação a essas tarefas é de cerca de 73% a mais de horas do que os homens.

A pesquisa mostra que o rendimento médio mensal entre os homens é de R$ 2.306, contra R$ 1.764 para as mulheres. Isso persiste ainda que a escolarida­de feminina seja mais elevada.

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