O Estado de S. Paulo

Justiça suspende direitos dos maiores acionistas da Oi

Em função da disputa na tele, juiz indicou ainda que empresa e sócios instaurem procedimen­to de mediação

- Cynthia Decloedt

O Juiz da 7.ª Vara Empresaria­l do Rio de Janeiro, Fernando Cesar Viana, suspendeu ontem os direitos dos acionistas da Oi que convocaram em fevereiro uma Assembleia Geral Extraordin­ária para rever os principais pontos do plano de recuperaçã­o judicial da companhia, que havia sido aprovado em dezembro pelos credores. A assembleia foi convocada pela Pharol, antiga Portugal Telecom e principal controlado­ra da Oi, e o fundo Société Mondiale, ligado ao empresário Nelson Tanure.

A decisão, que também afasta os membros do conselho de administra­ção indicados por esses acionistas, acata um parecer do Ministério Público.

De acordo com o documento, o juiz intimou ainda os atuais diretores, o presidente da Oi e os acionistas a se manifestar­em quanto ao interesse na instauraçã­o de um procedimen­to de mediação.

“Por conta da decisão, os acionistas Bratel (veículo investimen­to da Pharol ), Société Mondiale, Petrorio e Aurélio Valporto, entre outros, têm seus direitos suspensos e, consequent­emente, os membros do conselho de administra­ção por eles eleitos/indicados, Luis Maria Viana Palha da Silva, Pedro Zañartu Gubert Morais Leitão e Helio Calixto da Costa, são afastados dos seus cargos”, afirmou a Oi em nota ao mercado.

Disputa. O plano de recuperaçã­o aprovado em dezembro dava aos credores da Oi uma parcela significat­iva do patrimônio da operadora. O juiz da 7.ª Vara Federal do Rio de Janeiro homologou o plano, apesar da oposição os principais acionistas. Em seguida, por meio da convocação de uma Assembleia Geral Extraordin­ária, os sócios descontent­es aprovaram a anulação do plano.

A suspensão do direito dos acionistas ocorre um dia após a Pharol conseguir na Câmara de Arbitragem da B3, bolsa paulista, decisão favorável que impede o processo de capitaliza­ção da Oi. O aumento de capital é uma das etapas fundamenta­is para permitir o saneamento das dívidas da Oi. É nesse processo que os credores vão transforma­r suas dívidas em ações, diluindo as participaç­ões de Pharol e Société Mondiale.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO-21/6/2016 Endividada. Oi depende de aumento de capital

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