Três ataques deixam 7 mortos e 4 feridos no centro de Fortaleza
Investigações apontam diferentes motivações para os crimes: disputa pelo tráfico de drogas e briga de torcidas
Uma série de ataques terminou com sete mortos e quatro feridos na noite de anteontem, no centro de Fortaleza. A matança aconteceu em três pontos do bairro Benfica, corredor cultural onde ficam a reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) e uma sede da Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF). Investigações iniciais indicam que haveria motivações diferentes para a sequência de crimes – disputa pelo tráfico de drogas e briga de torcidas.
Por volta das 23h30, homens em um veículo Honda Civic atiraram a esmo contra pessoas na Praça Gentilândia. Três morreram no local: o cabeleireiro José Gilmar Furtado de Oliveira Júnior, de 33 anos, o vendedor ambulante Antônio Igor Moreira e Silva, de 26, e Joaquim Vieira de Lucena Neto, de 21.
Vídeos nas redes sociais mostram que a praça virou um cenário de guerra, com pessoas ensanguentadas e garrafas e copos quebrados no chão. No entorno há bares e restaurantes frequentados por universitários. Uma garçonete ficou ferida.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Ceará, Oliveira Júnior tinha passagem por roubo e posse de droga e Silva, por posse de droga. Para a polícia, as mortes teriam ligação com a disputa pelo tráfico de drogas.
Minutos depois, na Vila Demétrio, próximo à sede da TUF, um grupo disparou contra um grupo que bebia no local. Carlos Victor Meneses Barros, de 23 anos, que vestia uma camisa do clube, morreu na hora. Emilson Bandeira de Melo Júnior, de 27 anos, e Adenilton da Silva Ferreira, de 24, foram socorridos, mas não resistiram. Nenhum deles tinha antecedentes, segundo a Polícia Civil.
Na fuga, os criminosos passaram pela a Rua Joaquim Magalhães e atiraram contra duas pessoas que usavam uniforme da torcida organizada. Pedro Braga Barroso Neto, de 22 anos, foi atingido quando ia a uma loja com outro rapaz comprar vinho. Ele tinha duas passagens por roubo e uma por associação criminosa. Dois feridos continuam internadas. O segundo e o terceiro ataques estariam ligados a briga entre torcidas.
Histórico. O caso é investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em nota, a secretaria afirmou que a polícia apura se há ligação entre os casos. Segundo o secretário de Segurança do Ceará, André Costa, ainda não é possível afirmar se existe relação da sequência de mortes com as facções criminosas que atuam nos presídios.
Os ataques aconteceram um dia após policiais terem encontrado os corpos de três mulheres decapitadas e prendido quatro pessoas pelo crime.