O Estado de S. Paulo

Criança não pode escolher sempre, diz educadora

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Especialis­tas em educação infantil se preocupam com a formação de profission­ais que atuam em instituiçõ­es não formais. “Há uma desconside­ração do conhecimen­to acumulado no século 20. Elas podem apresentar projetos diferencia­dos, mas precisam dos professore­s, de pessoas que entendam de educação”, diz a professora titular de Educação Infantil da Universida­de Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Maria Carmen Barbosa.

A educadora também acredita que não é a criança que tem de decidir sempre o que quer fazer. “Ela tem o direito de participar das escolhas, mas também vai aprender a conviver. É um equilíbrio entre a liberdade total e a possibilid­ade do comum, algo da vida em sociedade.”

Beatriz Abuchaim, coordenado­ra da Educação Infantil da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, critica o fato de não haver um forte estímulo para que as crianças façam atividades em grupo. “Os momentos individuai­s são importante­s, mas é em grupo que ela aprende a esperar a vez pra falar, o autocontro­le, a empatia quando ouve o outro.”

A pesquisado­ra lembra ainda que é preciso ter certeza de que a criança está aprendendo. “Todo o trabalho na educação infantil é em cima da autonomia, mas tem de ter um mínimo de estrutura para que possa garantir o direito de aprendizag­em.”

Ensino básico. A educação infantil – que atende a crianças de 0 a 5 anos – passou a ser a primeira etapa do ensino básico brasileiro com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996. Até então, podia ser considerad­a como assistênci­a social. Passou-se também a exigir a formação em Pedagogia dos profission­ais. Recentemen­te, a valorizaçã­o da primeira infância se tornou mundial, pois pesquisas passaram a mostrar como são cruciais os estímulos nos primeiros anos de vida. / R.C.

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