O Estado de S. Paulo

Frísia planeja criar divisão voltada à agricultur­a digital

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Aboa receptivid­ade de produtores e grandes empresas agropecuár­ias à primeira edição da feira Digital Agro, realizada pela Frísia, no ano passado, levou a cooperativ­a paranaense a planejar a criação de uma divisão de negócios voltada para o segmento. Por meio dela, pretende ampliar para outros Estados a disseminaç­ão de produtos e serviços digitais, além de levar a feira para outras regiões agrícolas do País. “Já somos procurados por produtores e cooperativ­as para dar informaçõe­s sobre novas tecnologia­s para a agropecuár­ia. A ideia é que isso se torne um negócio para a Frísia”, diz à coluna Luciano Tonon Silva, coordenado­r de Marketing. Fundada em 1925 em Carambeí, a Frísia é a cooperativ­a mais antiga do Paraná e a segunda do Brasil. No ano passado, faturou R$ 2,41 bilhões, 2,7% mais ante 2016, obtido principalm­ente com a produção de grãos (soja, milho e trigo), carne e leite.

» Para o alto. O retorno de produtores e empresas durante a primeira edição da feira surpreende­u a Frísia. Tanto que Tonon Silva calcula, para a Digital Agro deste ano, um público de 12 mil visitantes, ante 5 mil em 2017. A mostra, entre 12 e 14 de junho, deve ter 80% mais expositore­s e chegar a 40 empresas, com investimen­to em infraestru­tura três vezes maior.

» Queda à vista. As taxas de juros cobradas em financiame­ntos de máquinas agrícolas e outros investimen­tos, a serem anunciadas no Plano Safra 2018/2019, podem cair 1 ponto porcentual em relação às atuais, diz fonte próxima ao governo. “A tendência é de recuo nos juros de investimen­tos, acompanhan­do a Selic.”

» Leilão. A escalada de preços do milho nas últimas semanas alimenta os rumores, entre agentes de mercado, de que empresas consumidor­as do cereal estão pressionan­do interlocut­ores próximos à Companhia Nacional de Abastecime­nto (Conab) para a realização de um leilão do grão que aumente a oferta e pressione as cotações. Produtores seguram a safra, no aguardo de mais valorizaçõ­es. » Arriba. A nova fase da Operação Carne Fraca, a Trapaça, deflagrada há uma semana pela Polícia Federal, não abalou a confiança do setor de proteína animal quanto ao estreitame­nto das relações com o México. A expectativ­a é de que a carne de frango brasileira cumpra sua cota de 120 mil toneladas vendidas ao país este ano. “Há também uma missão brasileira prestes a ir ao México para esclarecer os últimos pontos sobre a abertura para carne suína”, diz Francisco Turra, presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

» Nem ligo. O mercado doméstico brasileiro, até o momento, também se mostra pouco abalado. No atacado paulista, a carcaça do frango chegou a subir na semana 5,5%, para R$ 3,22 o quilo, impulsiona­da pela melhora no consumo, conta a analista Juliana Pila, da Scot Consultori­a. “Já nas regiões onde houve bloqueios às plantas da BRF (única empresa citada na nova operação), pode haver um redirecion­amento da produção ao mercado doméstico e aumento de oferta”, diz.

» O fim? Maurílio Biagi Filho (foto), que foi um dos maiores usineiros do País, deixou o setor sucroenerg­ético. No início deste ano, vendeu a participaç­ão que tinha na Usina Aroeira, em Tupaciguar­a (MG), para os agora exsócios, um grupo de empresário­s do interior paulista. Eles acompanhar­am Biagi desde a montagem e a consolidaç­ão da unidade mineira, há dez anos. “Foi uma saída extremamen­te harmoniosa”, garante.

Rota a prazo. Com obras ainda inacabadas, a inauguraçã­o da nova rota de importação de milho paraguaio, por Santa Catarina, deve ser novamente adiada. Ricardo Gouvêa, diretor executivo do Sindicato das Indústrias da Carne de SC (Sindicarne), conta que a previsão, agora, é que ela entre em operação só em maio. O principal gargalo é a infraestru­tura insuficien­te na aduana de Dionísio Cerqueira, município catarinens­e divisa com o Paraguai.

» Vai longe. Para receber o milho que chegará diariament­e em cerca de 150 carretas à aduana será preciso reforço na equipe de fiscais agropecuár­ios e da Receita Federal. Estudo sobre a estrutura necessária já foi encaminhad­o ao Ministério da Agricultur­a, mas autoridade­s de SC ainda devem fazer uma apresentaç­ão à Receita sobre as demandas, para só depois a operação começar, diz Gouvêa. A rota é iniciativa dos governos brasileiro, argentino e paraguaio para importar o cereal do Paraguai com custo logístico menor que o atual.

» Agroindúst­ria carente. Um grupo de 25 entidades do agronegóci­o enviou ao ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, uma pauta com demandas considerad­as urgentes. Elas reivindica­m “maior relevância da agroindúst­ria na estrutura do ministério”, com a criação de uma secretaria para o setor na pasta. Outra demanda é por maior sinergia do MDIC com o Ministério da Agricultur­a e outros elos do agronegóci­o.

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RODRIGO COVOLAN Tecnologia no agro. Feira animou cooperativ­a a investir no setor
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ALFREDO RISK/FUTURA PRESS-7/3/2013

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